Escala de Autoeficácia para a Atividade com Sentido: Encontrando sentido no envelhecimento ativo

Autores

  • Albertina Oliveira Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Portugal http://orcid.org/0000-0001-9521-528X
  • Margarida Pedroso de Lima Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Portugal http://orcid.org/0000-0002-6239-1137
  • Patrícia Portugal Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.7342/ismt.rpics.2016.2.1.28

Palavras-chave:

Autoeficácia, Atividade, Adultos idosos, Envelhecimento ativo, Escala de Autoeficácia para a Atividade com Sentido

Resumo

Objetivos: O presente artigo apresenta um estudo que visa aprofundar as qualidades psicométricas da Escala de Autoeficácia para a Atividade com Sentido (EAASentido), através de análises de fidelidade e validade. A escala foi desenvolvida a partir dos constructos teóricos da autoeficácia, da aprendizagem autodirigida e da atividade de pessoas de idade avançada no âmbito do projeto europeu PALADIN, com o objetivo de criar um instrumento apto a avaliar até que ponto os seniores se sentem confiantes para realizarem atividades com sentido, por si próprios. Método: A investigação é de natureza não experimental e incidiu sobre uma amostra de 503 seniores e idosos das regiões Norte e Centro de Portugal com uma média etária de 71,66 (51 a 96 anos) a quem foram aplicadas a EAASentido, a Escala de Autoestima de Rosenberg, a Positive Affect and Negative Affect Scale, a Satisfaction With Life Scale, o Meaning in Life Questionnaire, a Escala de Autoeficácia para a Autodireção na Saúde e a Instrumental Activities of Daily Living. Resultados: A consistência interna encontrada foi de 0,94 (alfa de Cronbach) e a validade de constructo revelou muito bons indicadores. No que respeita à análise de componentes principais, os resultados apontaram para três dimensões e não as cinco inicialmente previstas: atividades de desenvolvimento pessoal e participação social, atividades instrumentais, e atividades espirituais/religiosas. Analisadas as saturações dos itens propôs-se a reformulação da escala, eliminando cinco itens. A consistência interna global dos 15 itens manteve-se elevada (0,92). Conclusões: Conclui-se que a EAASentido, com 15 itens, é bastante consistente e adequada para avaliar em que medida os seniores têm confiança na sua capacidade para se envolverem em atividades com sentido (em termos de indicador global), possuindo boa validade de constructo. Em estudos futuros sugere-se a continuidade da avaliação da sua estrutura dimensional, nomeadamente através de análises confirmatórias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Age Platform Europe. (2012). Active senior citizens for Europe: A guide to the European Union. Brussels: Age Platform Europe. [Google Scholar] [URL]

Bandura, A. (2006). Guide for creating self-efficacy scales. In F. Pajares & T. Urdan (Eds.), Self-efficacy beliefs of adolescents (pp. 307-337). Greenwich, CT.: Information Age Publishing. [Google Scholar]

Bonder, B. R. (2009). Meaningful occupation in later life. In B. R. Bonder & V. D. Bello-Haas (Eds.), Functional performance in older adults (3rd ed., pp. 45-62). Philadelphia: F. A. Davis Company. [Google Scholar]

Bowling, A. (2008). Enhancing later life: How older people perceive active ageing? Aging & Mental Health, 12(3), 293-301. [Google Scholar] [CrossRef]

Bryant, L. L., Corbett, K. K., & Kutner, J. S. (2001). In their own words: A model of healthy aging. Social Science & Medicine, 53(7), 927-941. [Google Scholar] [CrossRef]

Bundy, A., & Clemson (2009). Leisure. In B. R. Bonder & V. D. Bello-Haas (Eds.), Functional performance in older adults (3rd ed., pp. 290-310). Philadelphia: F. A. Davis Company. [Google Scholar]

Carmines, E. G., & Woods, J. (2004). Validity. In M. S. Lewis-Beck, A. Bryman, & T. F. Liao (Eds.), The Sage encyclopedia of social science research methods (Vol. 3, pp. 1171-1172). Thousand Oaks: Sage Publications. [Google Scholar]

Christiansen, C., Haertl, K., & Robinson, L. (2009). Self-care. In B. R. Bonder & V. D. Bello-Haas (Eds.), Functional performance in older adults (3rd ed., pp. 267-289). Philadelphia: F. A. Davis Company. [Google Scholar]

Corbett, L. (2013). Successful aging: Jungian contributions to development in later life. Psychological Perspectives: A Quarterly. Journal of Jungian Thought, 56(2), 149-167. [Google Scholar] [CrossRef]

Csikszentmihalyi, M. (2002). Fluir: A psicologia da experiência óptima, medidas para melhorar a qualidade de vida [Flow: The psychology of optimal experience]. Lisboa: Relógio D’Água Editores (Original work published 1990). [Google Scholar]

Delle Fave, A. (2009). Optimal experience and meaning: which relationship? Psychological Topics, 18(2), 285-302. [Google Scholar] [URL]

Diener, E., Emmons, R., Larsen, J., & Griffin, S. (1985). The Satisfaction with Life Scale. Journal of Personality Assessment, 49(1), 71-75. [Google Scholar] [CrossRef]

Duay, D. L., & Bryan, V. C. (2006). Senior adult’s perceptions of successful aging. Educational Gerontology, 32(6), 423-445. [Google Scholar] [CrossRef]

Erikson, E. (1985). The life cycle completed: A review. New York: Norton paperback. [Google Scholar]

European Parliament. (2010. On the demographic challenge and solidarity between generations [Report No. A7-0268/2010]. Brussels: Committee on Employment and Social Affairs. [URL]

Fernandez-Ballesteros, R., Molina, M. A., Schettini, R., & Santacreu, M. (2013). The semantic network of aging well. Annual Review of Gerontology and Geriatrics, 33(1), 79-107. [Google Scholar] [CrossRef]

Frankl, V. (2012). O homem em busca de um sentido [Man’s search for meaning]. Alfragide: Lua de Papel (Original work published 1946). [Google Scholar]

Fry, P., & Debats, D. (2010). Sources of human life-strengths, resilience, and health. In P. Fry & C. Keyes (Eds.), New frontiers in resilient aging: Life-strengths and well-being in late life (pp. 15-59). New York: Cambridge University Press. [Google Scholar]

Jacob, L. (2012). Universidades seniores: Criar novos projectos de vida (1st ed.). Almeirim: RUTIS. [Google Scholar]

Jopp, D. S., Rott, C., & Oswald, F. (2008). Valuation of life in old and very old age: The role of sociodemographic, social, and health resources for positive adaptation. The Gerontologist, 48(5), 646-658. [Google Scholar] [CrossRef]

Lawton, M. P., Moss, M., Hoffman, C., Kleban, M. H., Ruckdeschel, K., & Winter, L. (2001). Valuation of life: A concept and a scale. Journal of Aging and Health, 13(1), 3-31. [Google Scholar] [CrossRef]

Levasseur, M., Richard, L., Gauvin, L., & Raymond, E. (2010). Inventory and analysis of definitions of social participation found in the aging literature: Proposed taxonomy of social activities. Social Science & Medicine, 71(12), 2141-2149. [Google Scholar] [CrossRef]

Liang, J., & Luo, B. (2012). Toward a discourse shift in social gerontology: From successful aging to harmonious aging. Journal of Aging Studies, 26(3), 327-334. [Google Scholar] [CrossRef]

Liddle, J. L. M., Parkinson, L., & Sibbritt, D. W. (2013). Purpose and pleasure in late life: Conceptualising older women’s participation in art and craft activities. Journal of Aging Studies, 27(4), 330-338. [Google Scholar] [CrossRef]

Moore, S. L., Metcalf, B., & Schow, E. (2006). The quest for meaning in aging. Geriatric Nursing, 27(5), 293-299. [Google Scholar] [CrossRef]

Moulaert, T., & Léonard, D. (2011). Le vieillissement actif sur la scène européenne. Bruxelas: CRISP. [Google Scholar]

Oliveira, A. L. (2005). Aprendizagem autodirigida: Um contributo para a qualidade do ensino superior (Unpublished doctoral dissertation). Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Coimbra. [Google Scholar]

Oliveira, A. L. (2009). A auto-eficácia para a aprendizagem autodirigida como pilar fundamental da educação e aprendizagem ao longo da vida: Continuação dos estudos de validação do Self-Efficacy for Self-Directed learning Questionnaire. Psychologica, 51, 57-71. [Google Scholar] [URL]

Oliveira, A. L. (2011). Desenvolver a auto-eficácia para os cuidados de saúde de pessoas seniores: Construção de uma escala no âmbito do projecto europeu PALADIN. In A. B. Lozano, M. P. Uzquiano, A. P. Rioboo, J. C. Blanco, B. D. Silva, L. A. (Eds.), Libro de actas do XI Congreso Internacional Galego-Português de Psicopedagoxía (pp. 447-455). Coruña: Universidade da Coruña. [Google Scholar] [URL]

Oliveira, A. L., Vieira, C., Lima, M. P., Nogueira, S., Alcoforado, L., Ferreira, J. A., & Zarifis, G. (2011). Developing instruments to improve learning and development of disadvantage seniors in Europe: The paladin project. In Pixel (Ed.), Conference proceedings of the International Conference The Future of Education (Vol. 1, pp. 268-274). Florence: Simonelli Editore. [Google Scholar]

Oliveira, A. L., Vieira, C., Nogueira, S., Lima, M., Alcoforado, L., & Ferreira, J. A. (2011). PALADIN WP3 development Report: Development of Self-directed Learning Readiness Scales for disadvantage seniors in health, activity, education, citizenship and finances. Coimbra: Universidade, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. [Google Scholar] [URL]

Oliveira, A., L., Lima, M. P., & Simões, A. (2007). A satisfação com a vida dos estudantes universitários: Para além da auto-estima, o lugar da conscienciosidade e do controlo pessoal. Psicologia, Educação e Cultura, 11(2), 243-264. [Google Scholar] [URL]

Pocinho, R., Santos, E., Rodrigues, A., Pais, A., & Santos, G. (2013). Formação e qualidade de vida das pessoas idosas. In R. Pocinho, E. Santos, A. Pais, & E. N. Pardo (Eds.), Envelhecer hoje: Conceitos e práticas (pp. 15-28). Curibita: Appris. [Google Scholar]

Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS). (n.d.). Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS). [PDF]

Rosenberg, M. (1989). Society and the adolescent self-image: Revised edition. Middletown, CT: Wesleyan University Press. [Google Scholar] [URL]

São José, J., & Teixeira, A. R. (2014). Envelhecimento ativo: Contributo para uma discussão crítica. Análise Social, 49(1), 28-54. [Google Scholar] [Scielo]

Schnell, T. (2011). Individual differences in meaning-making: Considering the variety of sources of meaning, their density and diversity. Personality and Individual Differences, 51(5), 667-673. [Google Scholar] [CrossRef]

Silva, J. T. (2009). Medindo as percepções de auto-eficácia no âmbito da aprendizagem e da carreira. Psychologica, 51, 5-11. [Google Scholar] [URL]

Simões, A. (1992). Ulterior validação de uma escala de satisfação com a vida (SWLS). Revista Portuguesa de Pedagogia, 26(3), 503-515. [Google Scholar]

Simões, A., & Lima, M. P. (1992). Desenvolvimento do conceito de si escolar, em adultos analfabetos: Um estudo longitudinal. Revista Portuguesa de Psicologia, 28, 227-248. [Google Scholar] [URL]

Simões, A., Oliveira, A. L., Lima, M. P., Vieira, C. M. C., & Nogueira, S. M. (2010). O MLQ: Um instrumento para avaliar o sentido da vida. Psicologia, Educação e Cultura, 14(2), 247-268. [Google Scholar] [URL]

Söderhamn, U., Dale, B., & Söderhamn, O. (2013). The meaning of actualization of self-care resources among a group of older home-dwelling people – A hermeneutic study. International Journal of Qualitative Study of Health and Well-being, 19(8), 1-9. [Google Scholar] [CrossRef]

Steger, M. (2012). Making meaning in life. Psychological Inquiry: An International Journal for the Advancement of Psychological Theory, 23(4), 381-385. [Google Scholar] [CrossRef]

Steger, M. F., Frazier, P., Oishi, S., & Kaler, M. (2006). The Meaning in Life Questionnaire: Assessing the presence of and search for meaning in life. Journal of Counselling Psychology, 53(1), 80-93. [Google Scholar] [CrossRef]

Stevens-Ratchford, R. G. (2011). Longstanding occupation: The relation of the continuity and meaning of productive occupation to life satisfaction and successful aging. Activities, Adaptation & Aging, 35(2), 131-150. [Google Scholar] [CrossRef]

Vilar, M., Sousa, L. B., & Simões, M. R. (2015). World Health Organization Quality of Life-OLD Module (WHOQOL-OLD). In M. R. Simões, I. Santana, & Grupo de Estudos de Envelhecimento Cerebral e Demência (GEECD) (Eds.), Escalas e testes na demência (3rd ed., pp. 194-1999). Lisboa: Novartis. [Google Scholar]

Villar, F. (2012). Successful aging and development: The contribution of generativity in older age. Aging & Society, 32(7), 1087-1105. [Google Scholar] [CrossRef]

Walker, A. (2008). Commentary: The emergence and application of active aging in Europe. Journal of Aging & Social Policy, 21(1), 75–93. [Google Scholar] [CrossRef]

Walker, A., & Maltby, T. (2012). Active ageing: A strategic policy solution to demographic ageing in the European Union. International Journal of Social Welfare, 21(Suppl. 1), 117-130. [Google Scholar] [CrossRef]

Watson, D., & Clark, L. A. (1994). The PANAS-X: Manual for the Positive and Negative Affect Schedule - expanded form. Iowa: University of Iowa. [Google Scholar] [URL] [Google Scholar] [URL]

Wong, P. T. P. (1998-2007). Meaning of life and meaning of death in successful aging. International Network on Personal Meaning. [Google Scholar] [URL]

Wright-St Clair, V. (2012). Being occupied with what matters in advanced age. Journal of Occupational Science, 19(1), 44-53. [Google Scholar] [CrossRef]

Ziegler, F. (2012). “You have to engage with life, or life will go away”: An intersection life course analysis of older women’s social participation in a disadvantaged urban area. Geoforum, 43(6), 1296-1305. [Google Scholar] [CrossRef]

Publicado

29-02-2016

Como Citar

Oliveira, A., Lima, M. P. de, & Portugal, P. (2016). Escala de Autoeficácia para a Atividade com Sentido: Encontrando sentido no envelhecimento ativo. Revista Portuguesa De Investigação Comportamental E Social, 2(1), 3–13. https://doi.org/10.7342/ismt.rpics.2016.2.1.28

Edição

Secção

Artigo Original