Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social 2019 Vol. 6 (2):
12-23
Portuguese Journal of
Behavioral and Social Research 2019 Vol. 6 (2): 12-23
Departamento de Investigação & Desenvolvimento • Instituto Superior
Miguel Torga
ARTIGO ORIGINAL
Estudo preliminar de adaptação e validação do
Inventário de Psicoterapia Positiva numa Amostra da População Portuguesa
Preliminary study of adaptation and validation of the Inventory of Positive
Psychotherapy for a Portuguese population’s sample
Marlene Ferreira (1)
Ana
Pereira (1)
Ana Prior (1)
Carla
Fonte (1)
(1) Universidade Fernando Pessoa, Portugal
Recebido: 05/08/2020; Revisto: 26/09/2020; Aceite: 27/10/2020.
https://doi.org/10.31211/rpics.2020.6.2.185
Contexto e
Objetivo: A psicoterapia positiva
alicerça-se concetualmente no estudo científico de emoções positivas, traços
individuais positivos e pontos fortes. O objetivo é ajudar as pessoas a
aprenderem que podem crescer como resultado de suas experiências, mesmo que a
experiência seja traumática. Trata-se de um método psicoterapêutico que se foca
na construção de emoções positivas, forças e significado na vida dos indivíduos
para diminuir e prevenir a psicopatologia e promover a felicidade. Como
ferramenta de avaliação, o Inventário de Psicoterapia Positiva (IPP) oferece aos profissionais de
saúde mental a oportunidade de ver os resultados do processo terapêutico. Assim, o objetivo do presente estudo é
conhecer as qualidades psicométricas do IPP numa amostra da população
portuguesa. Métodos: Trata-se
de um estudo metodológico, de carácter exploratório e descritivo, que visa a
tradução-retroversão e análise das propriedades psicométricas (fidelidade e
validade) recorrendo à administração do IPP, da Escala de Ansiedade, Depressão
e Stress de 21 itens e do Mental Health Continuum
– Short Form. A amostra foi composta por 247
participantes entre os 18 e 69 anos. Resultados: A versão traduzida e adaptada
da escala cumpriu os critérios de equivalência semântica e apresentou um nível
elevado de consistência interna (α de Cronbach = 0,97), altos valores de correlação entre formas (r = 0,92), assim como uma correlação
elevada do item com o total do teste. O inventário ficou composto por 25 itens
e explicado por três fatores, cumprindo os critérios de validade convergente e
divergente. Conclusões: O estudo
preliminar do IPP apresentou boas qualidades psicométricas. Sugere-se o
alargamento da amostra para sustentação dos resultados obtidos.
Palavras-Chave:
Adaptação;
Inventário de Psicoterapia Positiva; Psicoterapia positiva; Validação.
Background and Aim: Positive
psychotherapy is conceptually based on the scientific study of positive
emotions, positive individual traits, and strengths. The goal is to help people
learn that they can grow due to their experiences, even if the experience is
traumatic. It is a psychotherapeutic method that focuses on building positive
emotions, strengths, and meaning in individuals' lives to decrease and prevent
psychopathology and promote happiness. As an assessment tool, the Positive
Psychotherapy Inventory (PPTI) offers mental health professionals the
opportunity to see the therapeutic process's results. The present study's
objective is to know the psychometric qualities of the PPTI in a Portuguese
sample. Method: This is a
methodological study of an exploratory and descriptive character, which aims at
translation-retroversion and analysis of psychometric properties (fidelity and
validity) using the administration of the PPTI, the Depression Anxiety Stress
Scales – 21 items, and Mental Health Continuum – Short Form. The sample
consisted of 247 participants between 18 and 69 years old. Results: The translated and adapted version of the scale met the
criteria of semantic equivalence and had a high level of internal consistency
(Cronbach's α = 0.97), high values of correlation between forms (r =
0.92), as well as a high correlation of the item with the test total. The
inventory consisted of 25 items and was explained by three factors, meeting the
convergent and divergent validity criteria. Conclusions: The preliminary PPTI study showed good psychometric
qualities. It is suggested enlarging the sample to support the results
obtained.
Keywords: Adaptation; Positive psychotherapy; Positive Psychotherapy Inventory;
Validation.
Durante muitos anos, a Psicologia, e
especificamente a Psicoterapia, foi encarada como o local onde os utentes vão
falar sobre os seus problemas e onde o foco foi quase sempre na reparação de
dimensões negativas como sintomas, traumas, feridas, défices e distúrbios (Seligman et al., 2006). Esta
ênfase dada aos problemas permitiu que a psicologia ajudasse as pessoas a
melhorar de uma série de psicopatologias e aliviasse o seu sofrimento. No
entanto, não sendo a saúde mental a mera ausência de sintomas começou entre a
comunidade científica a emergir o interesse pelo estudo e compreensão das
dimensões psicológicas mais positivas e funcionantes. Embora noções como
individualização e autorrealização, pleno funcionamento, maturidade e saúde
mental positiva sejam pontuais na literatura, estas foram vistas como
subprodutos do alívio dos sintomas ou como luxos clínicos que, nesta era
apressada não há tempo para abordar (Jahoda, 1958; Allport, 1961; Rogers, 1961; Maslow, 1971 e Baumeister et al.,
2001, citados por Rashid & Seligman, 2019).
Com o intuito de proporcionar uma mudança
deste foco, emerge o movimento da Psicologia Positiva que procura analisar e
compreender os construtos psicológicos mais
positivos, tais como o bem-estar, a esperança, o otimismo, a felicidade e a
resiliência. Assim, contrastando com a Psicologia clássica, este ramo visa a
promoção do funcionamento ótimo da pessoa, enfatizando a compreensão dos
fatores que se constituem como pontes fortes, promovendo a sua saúde mental,
bem-estar subjetivo e felicidade (Kun et
al., 2017). Deste modo, segundo Rashid (2015), a Psicologia Positiva sobrepõe as forças do
indivíduo às suas fraquezas, de modo a enfatizar as melhores coisas da vida,
habilidades e pontos fortes do indivíduo e tirar partido dos momentos de
bem-estar em prol da patologia que possa estar associada.
Tendo em conta a anterior definição, Seligman propõe que, inerente ao conceito de felicidade
plena existem três dimensões: vida significativa, vida agradável e vida
comprometida (Sirgy & Wu, 2009).
De modo concreto, os autores defendem que a vida significativa valoriza o
envolvimento com o outro e com atividades onde a atenção está completamente
focada no seu desenvolvimento, tendo assim inerente o conceito de flow. O sujeito é capaz de investir e potenciar as
suas forças nas relações e atividades em que está envolvido. De acordo com os
mesmos autores, a dimensão da vida agradável tem inerente emoções positivas
acerca do presente, do passado e do futuro, valorizando as experiências
precoces como fonte de desenvolvimento, ainda que possam ser menos positivas.
Assim, o indivíduo é capaz de fazer perdurar a intensidade e duração das
emoções positivas subjacentes às suas experiências de vida diária. Por último,
no que diz respeito à vida comprometida, são valorizadas as capacidades do
indivíduo em usar as suas forças e talentos ao serviço de algo ou alguém, de
forma a alcançar o reconhecimento através do compromisso e satisfação pela
entrega à comunidade ou ao outro (Seligman
et al., 2006; Sirgy
& Wu, 2009).
Ainda baseado na psicologia positiva, Seligman (2012, tal como citado por Kun et al., 2017) desenvolveu o modelo PERMA (Positive
Emotion; Engagement; Relationship; Meaning; Accomplishment), cujas bases teóricas assentam nas três
dimensões descritas anteriormente. Segundo o autor, o bem-estar é composto por
cinco elementos: emoções positivas, compromisso, relacionamentos,
significado/propósito e realização. Sinteticamente, as emoções positivas
conjugam a premissa de que bons sentimentos motivam as ações humanas e que
melhoram o desempenho das diversas atividades que o indivíduo realiza ao longo
do seu dia-a-dia, fortalecendo relacionamentos, criando otimismo e esperança no
futuro (Kun et al., 2017). O
compromisso refere-se ao apego, ao envolvimento e à concentração inerente às
atividades sendo elas de lazer ou de trabalho. Descreve um estado de imersão
completa no presente, tendo assim subjacente o conceito de flow
(Asebedo & Seay, 2014;
Kun et al., 2017). Inerente
aos relacionamentos encontra-se a busca de conexões saudáveis, positivas e
gratificantes com os outros, com o intuito de manter um contacto físico e
emocional. O estabelecimento destas relações conduz a um estreitamento de laços
com familiares, amigos ou colegas, melhorando o próprio bem-estar, nutrindo o
sentimento de pertença do indivíduo (Kun
et al., 2017). O elemento do significado e propósito envolve o uso
das forças do indivíduo, não só em benefício de si mesmo, mas na sua orientação
para o cumprimento de metas que são consideradas importantes. Parte da premissa
de que se está no seu melhor quando se se dedica a algo maior que si mesmo.
Deste modo, o significado e propósito envolve atividades voluntárias, pertença
a comunidades ou grupos cívicos com um propósito que orienta os indivíduos para
algo maior (Kun et al., 2017; Rashid & Seligman,
2018). O quinto elemento do modelo PERMA é a realização e subentende a
busca pelo sucesso, domínio e conquista de objetivos. Deste modo, o sentido de
realização orienta uma vida produtiva e significativa, trilhado pelo sujeito
com o intuito de alcançar o bem-estar. Assim as conquistas ao longo da vida
devem ser celebradas com um sentimento de realização, uma vez que o sucesso foi
alcançado pelo próprio indivíduo (Asebedo
& Seay, 2014; Kun
et al., 2017; Rashid & Seligman, 2018). Alicerçado nestes princípios conceptuais
tem emergido recentemente, uma abordagem diferente para o tratamento dos
problemas psicológicos bem como para a intervenção com indivíduos sem qualquer
problema ao nível da saúde mental. Esta designa-se de psicoterapia positiva
(PPT) e concentra-se nas habilidades internas e pontos fortes dos indivíduos
para lidar com problemas que estes enfrentam na sua vida, em vez de focar
apenas nos sintomas e dificuldades. A PPT ajuda as pessoas a identificar o que
está a acontecer de funcionante na sua vida. Variadas evidências empíricas têm
vindo a confirmar que a PPT ajuda as pessoas a experimentar felicidade na sua
vida que pode melhorar o bem-estar e saúde mental de uma pessoa. Deste modo,
mediante a exposição dos conteúdos teóricos anteriormente apresentados,
depreende-se que as três dimensões teóricas subjacentes ao construto da
felicidade plena agrupam os cinco elementos do modelo PERMA, proposto por Seligman (Guney,
2011). É neste contexto conceptual, empírico e prático que emerge o
Inventário de Psicoterapia Positiva (IPP) que é composto por vários itens que
constituem o modelo PERMA, mas que se agrupam nas três grandes dimensões
teóricas – vida agradável, vida comprometida e vida significativa. Este
inventário é a medida principal para avaliar o bem-estar do utente, com base no
modelo do bem-estar PERMA. O IPP avalia o bem-estar em termos de emoções
positivas, envolvimento, relacionamentos, significado e realização (Rashid & Seligman, 2018).
Este inventário tem agora recentemente despertado o interesse na comunidade
científica, contando já com a sua adaptação para turco (Guney, 2011), persa (Khanjani et al., 2014) e alemão (Wammerl et al., 2015).
O objetivo do presente estudo foi traduzir e
adaptar o IPP para a população portuguesa e verificar as suas propriedades
psicométricas, testadas ao nível da confiabilidade e validade. Trata-se de um
estudo preliminar de apresentação das qualidades psicométricas obtidas.
Participantes
Os participantes da
presente investigação foram selecionados através de uma amostragem intencional,
não probabilística, nomeadamente, por conveniência (Ribeiro,
2010).
A recolha de dados
respeitou os critérios de inclusão e exclusão previamente definidos
nomeadamente (a) ter 18 anos. Deste modo, tendo em consideração a Tabela 1, a amostra total foi constituída por 247
participantes (180 do sexo feminino e 67 do sexo masculino), com idades
compreendidas entre os 18 e os 69 anos (M = 36,89; DP = 11,4),
detentores, na maioria, de mestrado (35,6%). Relativamente ao estado civil,
registou-se um total de 38,5% solteiros e a mesma percentagem de casados.
|
Características
Sociodemográficas da Amostra (N = 247) |
|
|||
|
|
|
n |
% |
|
|
Sexo |
Feminino |
180 |
72,9 |
|
|
Masculino |
67 |
27,1 |
|
|
|
Habilitações literárias |
1º
Ciclo |
0 |
0 |
|
|
2º
Ciclo |
6 |
2,4 |
|
|
|
3º
Ciclo |
2 |
0,8 |
|
|
|
Ensino
Secundário |
52 |
21,1 |
|
|
|
Licenciatura |
78 |
31,6 |
|
|
|
Mestrado |
88 |
35,6 |
|
|
|
Doutoramento |
21 |
8,5 |
|
|
|
Estado civil |
Solteira(o) |
95 |
38,5 |
|
|
União
de facto |
35 |
14,2 |
|
|
|
Casada(o) |
95 |
38,5 |
|
|
|
Viúva(o) |
1 |
0,4 |
|
|
|
Separada(o) |
2 |
0,8 |
|
|
|
Divorciada(o) |
19 |
7,7 |
|
|
|
|
Instrumentos
Questionário Sociodemográfico
O protocolo de
recolha de dados incluiu um questionário sociodemográfico, construído pelos
autores, com o objetivo de caracterização da amostra, que englobava questões
como sexo, idade e habilitações literárias.
Escala de Ansiedade, Depressão e Stress – 21
itens (EADS-21)
A EADS-21 foi
construída por Lovibond e Lovidond
em 1995 (tal como citado por Pais-Ribeiro et al.,
2004), e traduzida para a população portuguesa por Pais-Ribeiro et al. (2004). Tem como objetivo a avaliação da presença de
afeto negativo a partir de três subescalas: ansiedade, depressão e stress, constituídas
por sete itens cada uma, perfazendo assim o total dos 21 itens. A primeira
subescala avalia a depressão, englobando sintomas de disforia, desânimo,
desvalorização, anedonia e inércia. A segunda subescala centra-se na excitação
do sistema nervoso autónomo, ansiedade situacional e experiências ansiógenas subjetivas, dedicando-se por isso, à avaliação
da ansiedade. Por último, a subescala do stress foca-se na dificuldade em
relaxar, na impaciência e na irritabilidade face a reações exageradas. As opções
de resposta distribuem-se numa escala tipo Likert e variam entre zero (não se aplicou nada a mim) e três
(aplicou-se a mim a maior parte das vezes), representando assim a severidade e
frequência dos sintomas experienciados nos últimos sete dias. A pontuação
resulta num somatório dos pontos inerentes a cada opção de resposta, oscilando
assim entre os zero e os 21 pontos para cada uma das três subescalas, sendo que
estados mais negativos estão associados a pontuações mais elevadas.
Mental Health Continuum – Short Form (MHC-SF)
De forma a avaliar
as dimensões do bem-estar utilizou-se o MHC-SF, desenvolvido por Keyes (2005, tal como citado por Fonte
et al. 2020) e adaptado para a população portuguesa por Fonte et al. (2020). Trata-se de um questionário de autorresposta,
constituído por 14 itens, distribuídos em três escalas: bem-estar emocional (3
itens), bem-estar psicológico (6 itens) e bem-estar social (5 itens). As opções
de resposta variam de zero (nunca) a cinco (todos os dias), numa escala tipo Likert, sendo que pontuações mais
elevadas são indicadoras de maior bem-estar.
Inventário de Psicoterapia Positiva (IPP)
Por último,
procedeu-se à administração do IPP, desenvolvido por Rashid
e Anjum (2008), nos
EUA, tendo por base a teoria do bem-estar e as três dimensões que a compõe:
vida significativa, vida agradável e vida comprometida. Demonstra-se uma
mais-valia para a prática clínica, na medida em que permite aos profissionais
de saúde mental avaliar de que forma o processo terapêutico contribuiu para
alteração das perceções do sujeito face às dimensões do bem-estar, descurando
assim o foco do que é estritamente patológico. Trata-se de um inventário de
autorresposta, composto por 25 itens, organizados de cinco (muito parecido
comigo) até um (eu não sou nada assim), numa escala tipo Likert invertida. A cotação é
realizada através de somatório, sendo que pontuações mais elevadas são
indicadoras de bem-estar e felicidade plena. O IPP encontra-se validado em
países como a Turquia (Guney, 2011),
Alemanha (Khanjani et al., 2014)
e Irão (Wammerl et al., 2015),
apresentando boas qualidades psicométricas testadas do ponto de vista da
validade e fidelidade da escala.
Procedimento
Com vista à sustentação teórica da validação
do instrumento foi realizada uma revisão da literatura sobre bem-estar e
psicoterapia positiva, garantindo que o IPP não se encontrava já validado para
a população portuguesa.
Posteriormente foi estabelecido o contacto
com os autores e solicitada autorização para a validação, que concederam
parecer favorável.
Após submissão e aprovação do projeto pela
comissão de ética da Universidade Fernando Pessoa, onde o projeto se
desenvolveu, e já obtidas as autorizações necessárias para a utilização dos
instrumentos, avançou-se numa primeira fase para a tradução da versão original
do IPP em inglês. Este foi traduzido de modo independente por dois portugueses
nativos fluentes em inglês, com vista à obtenção de uma única versão após
discussão. A versão resultante desta análise foi retrovertida para inglês por
um inglês nativo fluente em Português e verificada equivalência semântica dos
itens.
Em seguida, procedeu-se a uma análise e
reflexão falada dos itens do questionário com um pequeno grupo de participantes
de diferentes idades e escolaridade, a fim de analisar a clareza e a
compreensão dos mesmos (ca. 20 participantes, jovens adultos, adultos e
idosos).
A estes participantes foi solicitado o
consentimento informado e foram indivíduos da rede de contactos das
investigadoras, com administração presencial.
Posteriormente, foi desenvolvido o questionário
online, com recurso à plataforma de construção de questionários online
Google Docs.
Todas as informações acerca do estudo foram
contempladas, assim como a confidencialidade e anonimato dos dados e a ausência
de quaisquer despesas ou consequências em caso de desistência do participante.
A voluntariedade da participação foi garantida, através de um botão de
aceitação que teria de ser acionado pelos participantes, sem o qual o
questionário não ficaria acessível.
Foi ainda assegurado que os dados recolhidos
apenas seriam acedidos pelos investigadores e destruídos no final do estudo.
A recolha de dados decorreu entre Junho e
Setembro de 2019, através da divulgação online do link do estudo
criado previamente.
Análise Estatística
A análise e o
tratamento de dados foram realizados recorrendo ao programa Statistical
Package for the Social Sciences
(SPSS), versão 25. O campo omisso foi preenchido com o valor de 999, de forma a
garantir que não existissem coincidências com um valor válido previamente
inserido, interferindo com a análise dos dados (Martins,
2011).
Recorreu-se à
estatística descritiva (médias, desvio-padrão, moda, mínimo e máximo) para a
caracterização da amostra e identificação de valores válidos e omissos face ao
IPP e restantes escalas administradas (Espírito-Santo & Daniel, 2017).
Quanto às
propriedades psicométricas, ao nível da confiabilidade, procedeu-se à análise
do alfa de Cronbach, split-half e correlações
item com o total do teste (Daniel et al., 2015). No que toca à validade da escala,
recorreu-se à realização da análise fatorial e validade convergente e
divergente (Ribeiro, 2010).
Para todos os
procedimentos estatísticos adotados o valor de alfa estabelecido foi de 0,05 —
o mais utilizado em estudos exploratórios (Espírito-Santo
& Daniel, 2015).
Análises descritivas
Atendendo aos
resultados das análises descritivas, tendo em conta os valores mínimos e
máximos passíveis de atingir, pode verificar-se que a média do IPP é de 96,62 (DP = 21,29). As pontuações médias
obtidas para as subescalas da EADS-21 e do MHC-SF sugerem baixos níveis de
ansiedade, depressão e stress moderado, bem-estar psicológico, social e
emocional, respetivamente. Não existem valores omissos, pelo que, os resultados
remetem para a amostra total constituída por 247 sujeitos.
Propriedades Psicométricas
Consistência Interna
A versão portuguesa
do IPP apresentou um alfa de Cronbach de 0,97, evidenciando assim o nível
elevado de consistência interna (Daniel et al., 2015).
Teste das Duas Metades ou Bipartição (Split-Half)
Observando a Tabela 2 compreende-se que o IPP apresentou altos valores
de correlação entre formas (r =
0,92), mantendo o nível elevado de consistência interna em cada uma das metades
(α de Cronbach = 0,95; α de Cronbach =
0,92). Tais resultados foram obtidos através do teste split-half que se propõe medir a
correlação entre as pontuações das duas metades do instrumento (Espírito-Santo, 2017; Espirito-Santo
& Daniel, 2017).
|
Correlações Entre as Duas Metades do IPP numa Amostra da População
Portuguesa (N = 247) |
|
|||
|
Alfa de Cronbach |
Parte 1 |
Valor |
0,95 |
|
|
N de itens |
13a |
|
||
|
Parte
2 |
Valor |
0,93 |
|
|
|
N de itens |
12b |
|
||
|
N total de itens |
|
25 |
|
|
|
Correlação entre formas |
|
0,92 |
|
|
|
Coeficiente
de Spearman-Brown |
Comprimento
igual |
|
0,96 |
|
|
Comprimento
desigual |
|
0,96 |
|
|
|
Coeficiente das duas
metades de Gutman |
|
0,96 |
|
|
|
Nota. IPP = Inventário de Psicoterapia Positiva. a Os 13
primeiros itens do IPP. b Os restantes 12
itens. |
|
Correlação do Item com o Total da Escala
Por último, foi
realizada a matriz de correlação entre os itens da escala — correlação do item
com o total do teste — que permite compreender o padrão de relacionamento entre
as variáveis através do valor de r de
Pearson (Espinoza-Venegas et al., 2015).
Os resultados
evidenciados na Tabela 3 demonstram que as correlações
dos itens com o total do IPP oscilam entre 0,57 e 0,89, apresentando, deste
modo, valores de correlação consideráveis/altos (Espirito-Santo
& Daniel, 2017).
|
Correlação do
Item com o Total do IPP e Análise Fatorial Exploratória com Rotação Varimax e Comunalidades numa
Amostra da População Portuguesa (N = 247) |
|
|||||
|
|
Total IPP |
Componentes |
h2 |
|
||
|
Itens IPP |
r |
1 |
2 |
3 |
|
|
|
Item 1 |
0,81*** |
|
0,75 |
|
0,8 |
|
|
Item 2 |
0,83*** |
|
0,45 |
|
0,7 |
|
|
Item 3 |
0,78*** |
0,64 |
|
|
0,6 |
|
|
Item 4 |
0,70*** |
|
|
0,40 |
0,6 |
|
|
Item 5 |
0,61*** |
0,60 |
|
|
0,4 |
|
|
Item 6 |
0,80*** |
|
0,56 |
|
0,7 |
|
|
Item 7 |
0,82*** |
0,72 |
|
|
0,7 |
|
|
Item 8 |
0,76*** |
0,76 |
|
|
0,6 |
|
|
Item 9 |
0,85*** |
0,71 |
|
|
0,7 |
|
|
Item 10 |
0,75*** |
0,68 |
|
|
0,6 |
|
|
Item 11 |
0,85*** |
0,73 |
|
|
0,7 |
|
|
Item 12 |
0,88*** |
|
0,41 |
|
0,8 |
|
|
Item 13 |
0,80*** |
0,80 |
|
|
0,7 |
|
|
Item 14 |
0,83*** |
|
|
0,87 |
0,8 |
|
|
Item 15 |
0,80*** |
0,75 |
|
|
0,7 |
|
|
Item 16 |
0,57*** |
|
0,86 |
|
0,8 |
|
|
Item 17 |
0,83*** |
|
0,47 |
|
0,7 |
|
|
Item 18 |
0,87*** |
0,80 |
|
|
0,8 |
|
|
Item 19 |
0,76*** |
0,67 |
|
|
0,7 |
|
|
Item 20 |
0,83*** |
0,80 |
|
|
0,7 |
|
|
Item 21 |
0,79*** |
|
0,64 |
|
0,7 |
|
|
Item 22 |
0,87*** |
0,80 |
|
|
0,8 |
|
|
Item 23 |
0,85*** |
0,82 |
|
|
0,8 |
|
|
Item 24 |
0,85*** |
0,86 |
|
|
0,8 |
|
|
Item 25 |
0,89*** |
0,88 |
|
|
0,8 |
|
|
Nota.
IPP = Inventário de
Psicoterapia Positiva; r = correlação; h2 = comunalidade. *** p <
0,001. |
|
Análise Fatorial
Para a extração de
fatores recorreu-se à análise fatorial exploratória com rotação ortogonal Varimax,
respeitando os procedimentos adotados pelos autores nos restantes países para
os quais o IPP se encontra validado (Guney,
2011; Khanjani et
al., 2014; Wammerl et al.,
2015), O teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) de adequação da amostra foi de
0,96 e o teste de esfericidade de Bartlett
foi significativo (p < 0,001), cumprindo assim os pressupostos
para a realização da análise fatorial. Relativamente às comunalidades,
os valores obtidos oscilaram entre os 0,3 e os 0,8 evitando a supressão de
qualquer dos 25 itens que compõem o IPP.
Foram extraídos
três fatores que explicaram 70,6% da escala. O Fator 1 apresentou uma variância
explicada de 48,0% e correspondeu à dimensão da vida significativa,
sendo composto por 16 itens (3, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 13, 15, 18, 19, 20, 22, 23,
24 e 25). O Fator 2 explicou 17,7% da escala, agrupou sete itens (1, 2, 6, 12,
16, 17 e 21) e correspondeu à dimensão vida agradável. Por último, o
Fator 3 apresentou uma variância explicada de 4,9%, denominando-se vida
comprometida e agrupou dois itens (4 e 14). A Tabela 3
resume os resultados obtidos e descritos na análise fatorial.
Validade Convergente e
Divergente
Como se pode
observar na Tabela 4, o IPP apresentou uma correlação positiva significativa
moderada com as subescalas do MHC-SF. Por outro lado, as correlações discriminaram
de forma negativa significativa baixa com as subescalas da EADS-21 (Espirito-Santo & Daniel, 2017).
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Tabela 4 Correlações Entre o IPP e a MHC-SF e EADS-21 para Validade
Convergente e Divergente (N = 247) |
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Validade convergente |
r |
Validade divergente |
r |
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MHC-SF (BE) |
0,32* |
EADS-21
(Ansiedade) |
- 0, 26* |
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MHC-SF (BS) |
0,23* |
EADS-21 (Depressão) |
- 0,10* |
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MHC-SF (BP) |
0,32* |
EADS-21 (Stress) |
-0,19* |
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Nota. IPP = Inventário de Psicoterapia Positiva; MHC-SF = Mental Health
Continuum – Short Form; BE = bem-estar emocional;
BS = bem-estar social; BP = bem-estar psicológico;
EADS-21 = Escala de Ansiedade, Depressão e Stress – 21 itens. * p < 0,05. |
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O presente artigo teve por objetivo apresentar uma versão preliminar
dos resultados da tradução e validação do IPP para a população portuguesa. Os
procedimentos adotados para a versão portuguesa do IPP seguiram as orientações
dos restantes países para os quais já se encontra aferido.
A amostra total foi constituída por 247 participantes, maioritariamente
do sexo feminino, com idades entre os 18 e os 69 anos. O mestrado é o nível
académico mais proeminente, registando-se uma percentagem igualitária entre
solteiros e casados no que concerne ao estado civil. Compreende-se, deste modo,
que o número total de participantes é inferior ao dos restantes países para os
quais o IPP já se encontra validado. No entanto, trata-se de um estudo
preliminar pelo que, a amostra será ainda alargada. Uma vez que a recolha de
dados foi realizada por via online, as respostas ao IPP foram tornadas obrigatórias, garantindo que não
existiam dados omissos. Tal não aconteceu na versão turca que, embora seja
constituída por uma amostra alargada de participantes, contém cerca de 5% de
respostas omissas, constituindo assim um entrave para as análises e
procedimentos estatísticos.
De acordo com os resultados obtidos para a mesma população, atendendo
aos restantes dados da caracterização sociodemográfica, constata-se que existe
um maior predomínio do sexo feminino, tratando-se de uma amostra escolarizada
numa faixa etária intermédia (Guney, 2011).
As pontuações médias obtidas através do IPP sugerem que os
participantes apresentam níveis moderados de bem-estar/felicidade plena
corroborados pelas pontuações médias obtidas nas subescalas de bem-estar
psicológico, social e emocional do MHC-SF. Concomitantemente, foram obtidos baixos
níveis de ansiedade, depressão e stress, medidos através dos resultados médios
da EADS-21.
As qualidades psicométricas do IPP foram testadas ao nível da
confiabilidade (alfa de Cronbach, split-half e correlação do item com o total da
escala) e validade (análise fatorial e validade convergente e divergente).
Relativamente à confiabilidade, o IPP apresentou um nível elevado de
consistência interna (Daniel et
al., 2015), superior aos valores
obtidos na Turquia, Alemanha e Irão (Guney, 2011;
Khanjani et al., 2014; Wammerl et al., 2015).
Os resultados obtidos no teste split-half
demonstram que o IPP apresenta valores de correlação entre formas
superiores aos obtidos na população turca (Guney,
2011).
No que concerne à matriz de correlação entre os itens e o total do
teste — procedimento realizado apenas para a versão portuguesa —, o IPP
apresentou níveis de correlação significativos, consideráveis/altos (Espirito-Santo & Daniel, 2017). Depreende-se deste modo que, uma vez que
existe correlação significativa, os itens medem o mesmo constructo que o total
da escala se propõe medir, constatando assim a sua unidimensionalidade (Espinoza-Venegas et al., 2015; Ribeiro,
2010).
Relativamente às qualidades psicométricas ao nível da validade, à vista
das restantes validações do IPP, foi realizada a análise fatorial exploratória
com rotação ortogonal Varimax. Os
valores obtidos no teste de KMO e Bartlett permitiu
concluir que é possível realizar o procedimento estatístico da análise fatorial
no IPP para a amostra que compõe o presente estudo e que todos os itens estão
em sintonia com o principal construto medido pela escala (Primi (2012). Os valores obtidos oscilam entre os 0,3 e
os 0,8 evitando a supressão de qualquer dos 25 itens que compõem o IPP. Tais
pressupostos não foram cumpridos na versão turca uma vez que, a versão final do
inventário era constituída por 21 itens, indicando assim a supressão de quatro
itens (Guney, 2011). A versão preliminar do IPP para a
população portuguesa permitiu extrair três fatores. Atendendo aos construtos teóricos subjacentes ao IPP, compreende-se que o
Fator 1 corresponde à dimensão da vida
significativa, o Fator 2 diz
respeito à vida agradável e o Fator 3 à vida comprometida. Os
resultados obtidos vão de encontro às análises estatísticas da versão persa do IPP,
uma vez que também foram extraídos três fatores que atendem às dimensões da
felicidade plena. Por outro lado, diferenciam-se da população turca, uma vez
que foram extraídos cinco fatores nesta versão do IPP, que se enquadram no
modelo PERMA (Guney, 2011; Khanjani et al., 2014).
A versão preliminar do IPP para a população portuguesa apresenta uma
correlação positiva significativa moderada com as subescalas do MHC-SF
(bem-estar emocional, bem-estar social e bem-estar psicológico).
Depreende-se deste modo que, quanto maiores os níveis de felicidade plena,
maiores serão os níveis de bem-estar emocional, social e psicológico. No que
toca à validade divergente, optou-se por correlacionar o IPP com a EADS-21,
obtendo-se correlações negativas significativas baixas com as subescalas da
ansiedade, depressão e stress. Assim, quanto maiores os níveis de felicidade
plena, menores os níveis de ansiedade, depressão e stress, ou seja, menor
predomínio do afeto negativo (Espirito-Santo &
Daniel, 2017). A versão preliminar
do IPP cumpre assim os pressupostos da validade convergente e divergente, que
não foram calculados para os restantes países para os quais o IPP se encontra
aferido.
Conclusão
A versão preliminar do IPP para a população portuguesa, apresentou boas
qualidades psicométricas testadas ao nível da confiabilidade e validade da
escala, superiores às obtidas na Turquia, Alemanha e Irão. No entanto, apesar dos
resultados evidenciados ao longo do presente artigo, ressalva-se que se trata
de um estudo preliminar, pelo que nos encontramos em fase de recolha e
tratamento de dados para uma amostra portuguesa mais alargada.
Seguindo as orientações dos estudos realizados nos restantes países
sugere-se que o IPP seja validado para populações clínicas específicas uma vez
que se demonstra uma mais-valia na avaliação e compreensão dos avanços
terapêuticos e eficácia da intervenção psicológica. Estaria assim garantida uma
visão holística dos pontos fortes da intervenção psicológica, quer para o
utente, quer para o profissional, permitindo uma desconstrução daquele que é o
foco no estritamente patológico.
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