Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social 2024 Vol. 10(2): 1–15

Portuguese Journal of Behavioral and Social Research 2024 Vol. 10(2): 1–15

e-ISSN 2183-4938

Departamento de Investigação & Desenvolvimento • Instituto Superior Miguel Torga

ARTIGO ORIGINAL

Ansiedade, depressão e stress em estudantes universitários deslocados da sua residência

Anxiety, depression, and stress in university students displaced from their usual residences

Ilda Massano-Cardoso1,2,3

Sofia Carvalho Figueiredo1

Ana Galhardo1,4

1 Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra, Portugal

2 Universidade de Coimbra, Faculdade de Medicina, Portugal

3 Universidade de Coimbra, Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra (CEISUC), Faculdade de Economia, Portugal

4 Universidade de Coimbra, Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitiva e Comportamental (CINEICC), Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Portugal

Recebido: 03/06/2024; Revisto: 06/11/2024; Aceite: 29/11/2024.

https://doi.org/10.31211/rpics.2024.10.2.343

Resumo

Contexto: Os estudantes universitários enfrentam processos de adaptação, sobretudo quando deslocados, o que pode resultar em dificuldades emocionais. Objetivos: O estudo visou descrever as condições de alojamento destes estudantes; comparar os níveis de ansiedade, depressão e stress em função de variáveis sociodemográficas e em relação à população geral; examinar associações entre variáveis sociodemográficas e os sintomas emocionais negativos; explorar diferenças nestes sintomas em função da dificuldade em encontrar alojamento e custos habitacionais. Métodos: Estudo transversal com 163 estudantes que preencheram um Questionário Sociodemográfico, o Questionário Sobre as Condições de Alojamento e as Escalas de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21). A amostra foi não probabilística, obtida por amostragem snowball. Resultados: As mulheres reportaram níveis mais elevados de ansiedade (t(161) = 2,02; p = 0,045) e stress (t(161) = 2,77; p = 0,006), mas não de depressão (t(161) = 0,68; p = 0,497). Os estudantes deslocados apresentaram valores superiores nos sintomas emocionais negativos (EADS-21) comparativamente à população portuguesa (t(161) = 3,23; p < 0,001; t(160) = 5,76; p < 0,001; t(161) = 3,25; p < 0,001, respetivamente). Não se verificaram diferenças nos sintomas em função da dificuldade em conseguir alojamento ou dos custos habitacionais. Conclusões: Os estudantes deslocados evidenciaram significativamente mais sintomas emocionais negativos que a população geral, o que remete para a relevância de desenvolver medidas de apoio psicológico para este grupo.

Palavras-Chave: Alojamento; Ansiedade; Depressão; Estudantes Universitários; Stress; Estudo de Levantamento Descritivo.

Abstract

Background: University students face adaptation processes, particularly when displaced, which may lead to emotional difficulties. Objectives: This study aimed to describe the housing conditions of these students; compare levels of anxiety, depression, and stress based on sociodemographic variables and in relation to the general population; examine associations between sociodemographic variables and negative emotional symptoms; and explore differences in these symptoms according to the difficulty in finding housing and housing costs. Method: A cross-sectional study was conducted with 163 students who completed a Sociodemographic Questionnaire, the Housing Conditions Questionnaire, and the Depression, Anxiety, and Stress Scales (DASS-21). The sample was non-probabilistic, obtained through snowball sampling. Results: Women showed higher levels of anxiety (t(161) = 2.02; p = .045), and stress (t(161) = 2.77; p = .006) but not depression (t(161) = 0.68; p = .497). Displaced students reported more negative emotional symptoms (DASS-21) compared to the Portuguese population (t(161) = 3.23; p < .001; t(160) = 5.76; p < .001; t(161) = 3.25; p < .001, respectively). No differences were found in these symptoms based on the difficulty of finding housing or housing costs. Conclusions: Displaced students showed significantly more negative emotional symptoms than the general population, highlighting the importance of developing psychological support measures for this group.

Keywords: Housing; Anxiety; Depression; Stress; University Students.

Introdução

O período universitário é um momento de transição importante para muitos jovens. É nesta fase que a maioria experiencia mudanças significativas nas suas vidas. Guimarães (2017) define juventude como uma fase de exploração, evolução e autonomia, que acarreta um acréscimo nas responsabilidades, expondo o jovem e tornando-o mais vulnerável na sua maneira de agir, de estar, e nas suas escolhas diárias, tendo estas impacto na sua qualidade de vida e qualidade de saúde.Muitos jovens escolhem percursos formativos e instituições de ensino superior que implicam a sua deslocação do meio de residência até então, o que envolve também uma maior experiência de independência e liberdade. O ingresso no ensino superior é um momento marcante, abrangendo múltiplos desafios, e exige a conciliação e priorização de situações e interesses pessoais no decorrer do quotidiano criando novos hábitos (Guimarães, 2017).

Em Portugal, segundo os dados oficiais, em 2022, o número de matriculados no ensino superior era 433.217, dos quais 182.178 eram do sexo masculino e 233.747 do sexo feminino (PORDATA, 2023). De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2021, cerca de 86% dos estudantes do ensino superior em Portugal viviam fora da sua residência familiar. No entanto, esses dados não especificam quantos estudantes se deslocam das suas residências para estudar noutra cidade ou no estrangeiro. Ainda assim, em 2019, a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) divulgou números que apontam para a existência de mais de 73 mil estudantes deslocados em Portugal, sendo a maioria proveniente de outros distritos.

Em 2020, a Comissão Europeia publicou um relatório intitulado European Universities' Degree Structures in the Bologna Process, que incluiu dados sobre a mobilidade de estudantes no ensino superior na União Europeia. Segundo o relatório, em média, 17% dos estudantes estudam num país diferente do seu país de origem. Também o Eurostudent (2019), um projeto europeu que agrega dados sobre a vida e as condições de estudo dos estudantes do ensino superior na Europa, divulgou o relatório Eurostudent VI, referindo que a percentagem de estudantes deslocados em tempo integral varia de 1% na Eslováquia a 65% em Malta, com a maioria dos países europeus a apresentarem percentagens entre os 10% e os 30%.

Sabe-se que os estudantes podem enfrentar uma série de desafios, incluindo a adaptação a novos ambientes, a construção de novas relações sociais e a gestão de tarefas académicas mais complexas (American College Health Association, 2018), o que pode associar-se a maiores dificuldades psicológicas. Com efeito, estima-se que 25% dos estudantes universitários apresente sintomatologia depressiva e que 14% relatem outcomes relacionados com suicídio (Sheldon et al., 2021). No contexto português, um estudo conduzido por Amaro et al. (2024), envolvendo uma amostra de 3399 estudantes do ensino superior, indicou que 75% apresentaram sintomas de ansiedade ligeiros a severos, enquanto 61,2% revelaram sintomas depressivos.

A transição para a vida adulta caracteriza-se por uma fase de novas possibilidades, mas também de instabilidade e incerteza, na qual os jovens adultos dependem cada vez mais e por mais tempo dos seus pais, tanto do ponto de vista financeiro como funcional, afetivo e estrutural (Arnett, 2011). Pittman e Richmond (2008) discutem a importância do sentimento de pertença e da qualidade das amizades no ajustamento psicológico dos estudantes. Estes autores observaram que uma rede de apoio social sólida pode diminuir a vulnerabilidade emocional, enquanto estudantes que experienciam isolamento social apresentam maior predisposição para sintomas de ansiedade e depressão.

Para aqueles que residem em alojamentos estudantis ou em casas partilhadas, a convivência com estranhos num ambiente desconhecido pode ser particularmente indutora de stress, constituindo um fator preditor de sintomatologia depressiva (Sheldon et al., 2021). A ansiedade e a depressão são igualmente prevalentes entre estudantes universitários e podem ter efeitos negativos na sua saúde física e mental (Lee et al., 2022). Especificamente em estudantes deslocados, diversos estudos apontam para um maior risco de estes desenvolverem problemas emocionais, tais como ansiedade, depressão e stress (e.g., Amit et al., 2020; Lee et al., 2022). No contexto português, Laura et al. (2024) referem que a circunstância de se encontrarem deslocados atuou como preditora significativa dos níveis de ansiedade em estudantes do ensino superior. De forma complementar, a revisão sistemática da literatura de Franzoi et al. (2023) reforça a relação entre as condições de habitação e a saúde mental e bem-estar físico dos estudantes universitários.

Ansiedade, depressão e stress são problemas de saúde mental comuns em estudantes universitários deslocados e que vivem em condições precárias de habitação (Wathelet et al., 2020; Worsley et al., 2021). A ansiedade pode ser desencadeada por preocupações financeiras, isolamento social, dificuldades de adaptação e pressões académicas (Dumitrache et al., 2021; Worsley et al., 2021). Para além disto, os estudantes deslocados que residem em condições precárias de habitação podem estar mais expostos a desenvolver depressão devido a sentimentos de solidão, perda de esperança e falta de propósito (Franzoi et al., 2022). Adicionalmente, o stress pode afetar negativamente a saúde mental e física dos estudantes deslocados, especialmente quando enfrentam dificuldades financeiras, falta de privacidade e de conforto no ambiente de residência (Morganti et al., 2022). Na sua globalidade, estas condições podem afetar negativamente o desempenho académico, a saúde mental e a qualidade de vida dos estudantes (Amit et al., 2020).

O stress académico, em particular, pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento da depressão. O termo stress académico é utilizado para descrever o stress que os indivíduos podem sentir em relação a exames ou trabalhos, ambientes educativos, mas também a todos os contextos relacionados com o mundo académico, incluindo o da habitação (Freires et al., 2018).

Face a circunstâncias desta natureza, torna-se essencial que os estudantes universitários deslocados, sobretudo os que vivem em condições de habitação mais deficitárias, recebam apoio e recursos adequados para enfrentar os desafios associados ao deslocamento. É crucial que as universidades e outras instituições relevantes implementem políticas e programas que apoiem os estudantes universitários deslocados e forneçam acomodações adequadas para o sucesso académico e bem-estar pessoal (Morganti et al., 2022). Estudos realizados em Portugal (e.g., Maia & Dias, 2020; Silva et al., 2017) sugerem que os níveis de ansiedade, depressão e stress aumentam significativamente ao longo do primeiro ano de faculdade. O aumento desses sintomas associa-se aos elevados níveis de exigência e à mudança para um ambiente universitário completamente novo e desconhecido, que acarreta múltiplos desafios desenvolvimentais.

Neste contexto, o presente estudo teve como objetivos: 1) descrever as condições de alojamento, nomeadamente o acesso ao alojamento, a proximidade com a instituição de ensino superior, as características de conforto, tipologia e preço; 2) comparar os níveis de ansiedade, depressão e stress em estudantes universitários deslocados da sua residência em função do sexo, do estatuto de estudante nacional ou internacional e, ainda, em relação aos dados normativos disponíveis para a população geral portuguesa; 3) examinar associações entre a idade, os anos de escolaridade e os sintomas emocionais negativos referidos; e 4) explorar diferenças nos sintomas de ansiedade, depressão e stress em função da dificuldade em encontrar alojamento na zona pretendida e do preço do alojamento.

Método

Participantes

A amostra foi constituída por 163 indivíduos, 118 mulheres (72,4%) e 45 homens (27,6%). A média de idades foi de 19,69 anos (DP = 1,78), sendo que todos os participantes (n = 163; 100%) referiram ser solteiros. Quanto à nacionalidade, 135 (82,8%) eram portugueses e 28 (17,2%) estudantes com outra nacionalidade. A média dos anos de escolaridade completos foi de 13,36 anos (DP = 1,46). A maioria frequentava o grau de licenciatura, 139 (85,3%), seguido de mestrado (n = 23; 14,1%) e de doutoramento (n = 1; 0,6%). Relativamente à situação profissional, 146 (89,6%) referiram ser estudantes a tempo integral e 17 (10,4%) estudantes trabalhadores. Os estudantes nacionais foram os mais representados (n = 145; 89,0%) e 18 (11,0%) eram estudantes internacionais.

Instrumentos

Questionário Sociodemográfico

Este questionário incluiu as seguintes variáveis: idade, sexo atribuído à nascença, estado civil, nacionalidade, ano de escolaridade, grau de ensino que frequenta no ensino superior, situação de estudante (nacional ou internacional).

Questionário Sobre as Condições de Alojamento (QCA)

Este questionário, elaborado especificamente para o presente estudo, integrou questões avaliadas numa escala de cinco pontos, com diferentes âncoras dependendo da métrica. As dimensões avaliadas incluíram: dificuldade em encontrar alojamento (1 = nada satisfeito a 5 = muito satisfeito); proximidade à faculdade/instituição de ensino superior (1 = discordo totalmente a 5 = concordo totalmente); características básicas do alojamento, incluindo mobiliário, internet, conforto, isolamento e espaços comuns (1 = nada conservado a 5 = muito conservado); estado de conservação do alojamento (1 = nada conservado a 5 = muito conservado); preço (1 = nada acessível a 5 = muito acessível); e tipologia do alojamento, considerando o tipo de habitação e o regime de ocupação.

Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21)

A EADS-21 (Lovibond & Lovibond, 1995; versão portuguesa de Pais-Ribeiro et al., 2004) é um instrumento de autorresposta composto por 21 itens que mede os sintomas de depressão (e.g., “Senti que não tinha muito valor como pessoa”), de ansiedade (e.g., “Senti dificuldade em respirar”) e de stress (e.g., “Senti dificuldade em relaxar-me”). Os itens são respondidos numa escala de quatro pontos que varia de 0 (não se aplicou nada a mim) a 3 (aplicou-se a mim a maior parte das vezes), refletindo a frequência dos sintomas na semana anterior. A EADS-21 apresenta boas propriedades psicométricas: na versão original (Lovibond & Lovibond, 1995), as subescalas de depressão, ansiedade e stress registaram alfas de Cronbach de 0,94, 0,87 e 0,91, respetivamente; na versão portuguesa (Pais-Ribeiro et al., 2004), os valores foram de 0,85, 0,74 e 0,81. No presente estudo, as subescalas apresentaram alfas de Cronbach de 0,89 (depressão), 0,85 (ansiedade) e 0,89 (stress).

Procedimento

Para a utilização da EADS-21, foi solicitada previamente, via correio eletrónico, a autorização aos autores. A divulgação do estudo ocorreu através das redes sociais, incluindo WhatsApp, Facebook e Instagram, utilizando uma técnica de amostragem não aleatória do tipo snowball. A recolha de dados foi conduzida online entre outubro e novembro de 2023, por meio de um link que dava acesso ao protocolo de avaliação. Ao acederem ao link, os participantes foram informados sobre o âmbito e os objetivos do estudo. Foram garantidos o anonimato e a confidencialidade dos dados, sendo a participação voluntária. Solicitou-se ainda o consentimento informado antes de os participantes procederem ao preenchimento dos instrumentos.

Os critérios de inclusão consistiram em ter idade igual ou superior a 18 anos, estar matriculado no ensino superior em Portugal e estar deslocado da sua residência habitual. A recolha de dados foi realizada através da plataforma Google Forms. Posteriormente, os dados foram tratados de forma agregada, assegurando a privacidade e o cumprimento dos princípios éticos.

Análise Estatística

A análise estatística foi realizada através do software estatístico IBM SPSS Statistics (versão 28). Para caracterizar a amostra, calcularam-se as médias (M) e os desvios-padrão (DP) das variáveis contínuas, como idade e anos de escolaridade, e as frequências e percentagens para as variáveis categóricas, incluindo estado civil, sexo biológico, nacionalidade, grau de ensino frequentado, situação profissional e situação de estudante (nacional ou internacional).

Para explorar eventuais diferenças entre dois grupos, recorreu-se ao teste t-Student para amostras independentes, sempre que se pretendeu comparar pares de médias. Adicionalmente, os sintomas de ansiedade, depressão e stress na amostra de estudantes deslocados foram comparados com os reportados na população geral portuguesa (Apóstolo et al., 2012), recorrendo ao teste t-Student para uma amostra.

A variável “dificuldade em arranjar alojamento na zona pretendida” foi dicotomizada para facilitar a análise. As respostas “discordo totalmente” e “discordo” foram agrupadas em “não concordo”, enquanto “concordo” e “concordo totalmente” foram reagrupadas em “concordo”. Este processo de dicotomização foi adotado com o objetivo de simplificar a análise e a comunicação dos resultados, garantindo uma diferenciação clara entre os grupos.

Para a variável preço, foi calculada a mediana e estabelecido um ponto de corte, resultando na dicotomização em “não acessível” e “acessível”.

Sempre que não estiveram satisfeitos os critérios de utilização do teste t-Student, recorreu-se ao teste U de Mann-Whitney. Os tamanhos do efeito foram avaliados através do d de Cohen para o t-Student e do η parcial ao quadrado (ηP2) para o teste U. De acordo com Cohen (1992), valores de d > 1 correspondem a um tamanho do efeito muito elevado, entre 0,50 e 1 elevado, entre 0,20 e 0,50 médio e inferiores a 0,20 pequeno.

Para analisar as relações entre as variáveis contínuas, recorreu-se ao coeficiente de correlação de Pearson. Segundo as recomendações de Dancey e Reidy (2017), coeficientes de correlação de Pearson entre 0,10 e 0,39 são considerados fracos, entre 0,40 e 0,69 moderados, e acima de 0,70 fortes.

Em todas as análises, adotou-se um nível de significância de p inferior a 0,05.

Resultados

Tendo em consideração os objetivos do estudo, analisaram-se as frequências relativas às variáveis do QCA (Tabela 1). Os resultados revelaram que 45,4% dos estudantes inquiridos sentiram dificuldade em encontrar alojamento e 51,5% concordaram que encontrar alojamento foi fácil, mas não na zona pretendida. No que respeita à distância do alojamento à instituição de ensino superior, 53,3% revelaram estar numa localização próxima.

Relativamente às características básicas e condições do alojamento, 75,4% considerou estar satisfeito ou muito satisfeito com o mobiliário disponível na habitação, bem como com a qualidade da internet (77,9%) e conforto (77,9%). No que concerne ao conforto, condições de isolamento e estado de conservação, os resultados variam entre os 47,2% e os 62,6%.

No que se refere à acessibilidade do preço do alojamento, a resposta mais frequentemente assinalada foi “nem concordo, nem discordo” (40,5%); por outro lado, 39,3% consideraram o preço muito acessível.

A tipologia de alojamento mais frequentemente mencionada foi o apartamento partilhado com quarto individual (74,8%).

Tabela 1
Distribuição das Respostas ao Questionário sobre Condições de Alojamento
Respostas N = 163 % % acumulada
Encontrar alojamento foi muito difícil
Discordo totalmente 6 3,7 3,7
Discordo 44 27,0 30,7
Não concordo nem discordo 39 23,9 54,6
Concordo 50 30,7 85,3
Concordo totalmente 24 14,7 100,0
Sentir dificuldade em encontrar alojamento na zona pretendida
Discordo totalmente 8 4,9 4,9
Discordo 40 24,5 29,4
Não concordo nem discordo 31 19,0 48,5
Concordo 53 32,5 81,0
Concordo totalmente 31 19,0 100,0
Encontrar alojamento com facilidade, no entanto, não onde queria
Discordo totalmente 32 19,6 19,6
Discordo 43 26,4 46,0
Não concordo nem discordo 39 23,9 69,9
Concordo 38 23,3 93,3
Concordo totalmente 11 6,7 100,0
Proximidade à faculdade
1 (Nada Perto) 5 3,1 3,1
2 21 12,9 16,0
3 50 30,7 46,7
4 48 29,4 76,1
5 (Muito Perto) 39 23,9 100,0
Características básicas do alojamento
Mobiliário
Nada satisfeito 3 1,8 1,8
Pouco satisfeito 16 9,8 11,7
Nem satisfeito nem insatisfeito 21 12,9 24,5
Satisfeito 69 42,3 66,9
Muito satisfeito 54 33,1 100,0
Internet
Nada satisfeito 6 3,7 3,7
Pouco satisfeito 14 8,6 12,3
Nem satisfeito nem insatisfeito 16 9,8 22,1
Satisfeito 72 44,2 66,3
Muito satisfeito 55 33,7 100,0
Conforto
Nada satisfeito 1 0,6 0,6
Pouco satisfeito 5 3,1 3,7
Nem satisfeito nem insatisfeito 30 18,4 22,1
Satisfeito 68 41,7 63,8
Muito satisfeito 59 36,2 100,0
Isolamento (barulhos, humidade, aquecimento)
Nada satisfeito 18 11,0 11,0
Pouco satisfeito 24 14,7 25,8
Nem satisfeito nem insatisfeito 44 27,0 52,8
Satisfeito 53 32,5 85,3
Muito satisfeito 24 14,7 100,0
Espaço comum/ Lazer (varanda, terraço)
Nada satisfeito 16 9,8 9,8
Pouco satisfeito 20 12,3 22,1
Nem satisfeito nem insatisfeito 25 15,3 37,4
Satisfeito 61 37,4 74,8
Muito satisfeito 41 25,2 100,0
Estado de conservação do alojamento
1 (Nada conservado) 2 1,2 1,2
2 9 5,5 6,7
3 50 30,7 37,4
4 42 25,8 63,2
5 (Muito conservado) 60 36,8 100,0
Tipologia do alojamento
Apartamento individual 10 6,1 6,1
Apartamento partilhado com quarto coletivo 1 0,6 6,7
Apartamento partilhado com quarto individual 122 74,8 81,5
Quarto individual 9 5,5 87,0
Quarto partilhado 4 2,4 89,4
Residência universitária 17 10,4 100,0

As comparações dos valores médios por sexo biológico relativamente aos sintomas de ansiedade, depressão e stress são apresentadas na Tabela 2. Não se observaram diferenças estatisticamente significativas quanto aos sintomas de depressão entre homens e mulheres (t(161) = -0,68; p = 0,497). No entanto, verificaram-se diferenças estatisticamente significativas nas subescalas da ansiedade (t(161) = -2,02; p = 0,045) e de stress (t(161) = -2,77; p = 0,006), com as mulheres evidenciando valores médios mais elevados do que os homens.

Tabela 2
Estatísticas Descritivas e Testes t-Student das Subescalas da EADS-21 entre Homens e Mulheres
Subescalas Homens (n = 45) Mulheres (n = 118) t(161) p d
M DP M DP
EADS-21 Ansiedade 4,86 4,60 6,53 4,71 -2,02 0,045 0,36
EADS-21 Depressão 7,23 5,96 7,87 5,01 -0,68 0,497 0,12
EADS-21 Stress 7,20 4,77 9,53 4,75 -2,77 0,006 0,49
Nota: EADS-21 = Escala de Ansiedade, Depressão e Stress de 21 itens.

Relativamente à comparação dos sintomas emocionais negativos entre estudantes internacionais e nacionais, os resultados revelaram uma diferença estatisticamente significativa na sintomatologia ansiosa, com os estudantes internacionais pontuando mais alto do que os nacionais.

Tabela 3
Estatísticas Descritivas e Comparações das Subescalas da EADS-21 entre Estudantes Internacionais e Nacionais
Subescalas Internacionais (n = 18) Nacionais (n = 145) U(163) p ηP2
M DP M DP
EADS-21 Ansiedade 8,06 3,18 5,83 4,79 905 0,037 0,249
EADS-21 Depressão 9,28 3,80 7,50 5,41 945 0,066 0,249
EADS-21 Stress 9,72 3,85 8,80 4,97 1081 0,251 0,338
Nota: EADS-21 = Escala de Ansiedade, Depressão e Stress de 21 itens.

Com o intuito de verificar a existência de diferenças nos sintomas psicopatológicos em função da dificuldade em arranjar alojamento na zona pretendida e o preço do alojamento, foram calculados testes t-Student (Tabela 4 e Tabela 5).

Embora os valores das subescalas da EADS-21 tenham sido mais elevados nos estudantes que reportaram dificuldades em encontrar alojamento na zona pretendida, estas diferenças não se revelaram significativas. Um padrão semelhante foi observado em relação ao preço do alojamento, com os estudantes que consideraram o alojamento "não acessível" apresentando valores mais altos de sintomas psicopatológicos, ainda que sem alcançar a significância estatística.

Tabela 4
Estatísticas Descritivas e Testes t-Student das Subescalas da EADS-21 relativamente à Dificuldade em Arranjar Alojamento na Zona Pretendida
Subescalas Sem dificuldade (n = 47) Com dificuldade (n = 84) t(129) p d
M DP M DP
EADS-21 Ansiedade 6,04 4,37 6,33 4,94 0,34 0,369 0,06
EADS-21 Depressão 7,38 4,96 7,94 5,57 0,57 0,280 0,10
EADS-21 Stress 8,30 4,62 9,37 5,13 1,19 0,120 0,22
Nota: EADS-21 = Escala de Ansiedade, Depressão e Stress de 21 itens.
Tabela 5
Estatísticas Descritivas e Testes t-Student das Subescalas da EADS-21 relativamente ao Preço do Alojamento
Subescalas Não acessível (n = 98) Acessível (n = 64) t(129) p d
M DP M DP
EADS-21 Ansiedade 6,32 4,85 5,72 4,55 0,34 0,369 0,13
EADS-21 Depressão 8,10 5,30 7,09 5,21 0,57 0,280 0,19
EADS-21 Stress 9,35 4,93 8,22 4,69 1,19 0,120 0,23
Nota: EADS-21 = Escala de Ansiedade, Depressão e Stress de 21 itens.

Quando comparados com os valores médios reportados para a população geral portuguesa, os estudantes deslocados evidenciaram valores significativamente mais elevados nas subescalas de ansiedade (t(161) = 3,23; p < 0,001), depressão (t(160) = 5,76; p < 0,001) e stress (t(161) = 3,25; p < 0,001).

As associações entre idade, anos de escolaridade e sintomas de ansiedade, depressão e stress também foram exploradas. A idade correlacionou-se significativamente com os sintomas de depressão (r(136) = 0,14; p = 0,038), indicando que estudantes mais velhos tendem a apresentar níveis ligeiramente mais elevados de depressão. Os anos de escolaridade não se mostraram correlacionados com a sintomatologia de ansiedade, depressão ou stress (p > 0,50).

Discussão

O presente estudo pretendeu descrever as condições de alojamento reportadas por estudantes deslocados da residência habitual, considerando aspetos como o acesso ao alojamento, proximidade com a instituição de ensino superior, características de conforto, tipologia, preço, dificuldade em encontrar alojamento na zona pretendida e do preço deste. Adicionalmente, procurou comparar os níveis de ansiedade, depressão e stress por sexo, em função de serem estudantes nacionais ou internacionais, e com os dados normativos da população geral portuguesa. Por fim, explorou-se a existência de associações entre as variáveis idade, anos de escolaridade e sintomas emocionais negativos.

Os resultados indicaram que uma percentagem significativa de estudantes considerou difícil encontrar alojamento, especialmente na zona desejada, embora a maioria tenha conseguido assegurar uma proximidade razoável à instituição de ensino superior. Quanto às características básicas do alojamento, a maioria dos participantes relatou estar satisfeita, nomeadamente com o mobiliário, a qualidade da Internet, o conforto, o isolamento, os espaços comuns e o estado de conservação. Estes achados estão em linha com os resultados de um estudo prévio realizado em Portugal, que analisou questões semelhantes (Bento et al., 2021).

Relativamente ao preço do alojamento, os participantes classificaram-no como medianamente acessível. No que diz respeito à tipologia, a maioria referiu residir em apartamentos partilhados com quartos individuais.

Nesta etapa desenvolvimental, o ambiente universitário representa um importante desafio, no qual os jovens enfrentam novas exigências de natureza académica, social e institucional. Os estudantes que têm dificuldade em adaptar-se a estas exigências são geralmente mais suscetíveis de desenvolver problemas de saúde mental. Estudos revelam que a circunstância de os estudantes residirem em alojamentos estudantis ou em casas partilhadas, convivendo com estranhos em ambientes desconhecidos, pode ser particularmente indutora de stress (Stallman, 2010).

Por outro lado, outros estudos parecem revelar que este tipo de alojamento pode proporcionar maior satisfação com as condições de habitabilidade (e.g., Easterbrook & Vignoles, 2015; Simpeh & Shakantu, 2020). A interação com o grupo de pares no mesmo espaço comum pode mitigar comportamentos de isolamento e solidão. Por exemplo, Easterbrook & Vignoles (2015) observaram que estudantes residentes em alojamentos com áreas comuns partilhadas e sem casas de banho privativas relatavam encontros frequentes e involuntários com os colegas de casa. Esta dinâmica foi associada a melhorias nas relações interpessoais e a correlações positivas com o bem-estar.

Adicionalmente, estratégias de coping adequadas podem desempenhar um papel fundamental na regulação emocional e social dos estudantes. Aqueles que utilizam estratégias adaptativas para lidar com os novos desafios académicos tendem a ter uma integração mais eficaz ao ambiente universitário (Silva et al., 2020).

Quando avaliados os níveis de ansiedade e de stress em função do sexo, os valores médios observados no sexo feminino foram significativamente mais altos, quando comparados com os seus colegas do sexo masculino. Este padrão é consistente com o reportado noutros estudos (e.g., Graves et al., 2021), que indicam uma maior prevalência de ansiedade e stress entre estudantes do sexo feminino relativamente aos seus pares do sexo masculino.

Relativamente aos sintomas depressivos, não se verificaram diferenças significativas entre os estudantes dos dois sexos. Este resultado diverge do reportado por outros estudos, nos quais os estudantes masculinos apresentavam mais sintomatologia depressiva do que as estudantes femininas (e.g., Amaro et al., 2024; Cheung et al., 2020). De notar que estes estudos foram conduzidos em amostras de maior dimensão, o que poderá ter contribuído para a deteção dessa diferença. Assim, este achado requer uma interpretação mais cautelosa e deverá ser explorado em estudos futuros.

Os estudantes internacionais apresentaram valores mais elevados de ansiedade. Contudo, destacamos o facto de no presente estudo a representatividade de estudantes internacionais ser pequena quando comparada com a dos estudantes nacionais. Estudos anteriores evidenciaram que estudantes universitários que vivem com os pais têm menos probabilidades de ter problemas emocionais quando comparados com os que estão deslocados das suas residências (e.g., Belay Ababu et al., 2018). A entrada na universidade, por si só, tende a elevar os níveis de ansiedade. De acordo com Worsley et al. (2021), o apego a casa e a disrupção nas relações com outros significativos que a transição acarreta, deixa os estudantes mais vulneráveis a sentimentos de solidão e isolamento social, aumentando a ansiedade no processo de desenvolver novas ligações interpessoais.

Analisando os totais das subescalas da ansiedade, stress e depressão da EADS-21 entre os grupos dicotomizados em estudantes com e sem dificuldade em arranjar alojamento na zona pretendida, bem como aqueles que consideraram o preço do alojamento acessível versus preço não acessível, não foram identificadas diferenças significativas. Este resultado pode estar associado ao facto de Coimbra, sendo uma cidade tradicionalmente universitária, apresentar, apesar dos constrangimentos habitacionais conhecidos, uma maior capacidade de resposta para o alojamento estudantil universitário. A diversidade na oferta de tipologias dos alojamentos, como apartamentos partilhados com quartos individuais, poderá explicar a perceção de que os preços não são considerados inacessíveis por parte dos estudantes.

No presente estudo, os valores médios dos sintomas de ansiedade, depressão e stress foram superiores aos da população geral portuguesa (Apóstolo et al., 2012). Este dado reforça a associação frequentemente reportada entre os desafios inerentes à transição para o ensino superior e o emergir de dificuldades psicológicas. De acordo com Almeida (2015), fatores como o distanciamento familiar e a pressão para adaptação ao ambiente universitário potenciam um aumento da prevalência de sintomas associados à ansiedade e depressão entre estudantes. Além disso, fatores socioeconómicos, especialmente em estudantes de classes sociais mais desfavorecidas, parecem estar associados a uma maior vulnerabilidade a estas condições. Os dados reportados por Amaro et al. (2024) sugerem ainda que os estudantes do sexo masculino, com um estatuto socioeconómico mais elevado, que vão a casa mais frequentemente, têm melhor desempenho académico, não possuem história prévia de diagnósticos psicopatológicos e não consomem substâncias, são aqueles que revelam níveis mais baixos de sintomas depressivos e ansiosos.

Assim, é de realçar a importância da definição de medidas de prevenção, como a existência de estruturas de apoio ao estudante e o desenvolvimento de programas, por exemplo, de apoio por pares (Pointon-Haas et al., 2023). Estas evidências refletem a necessidade de investir mais no apoio psicológico e promover ações preventivas de saúde mental em contexto universitário de modo acessível e fortalecido, nomeadamente através de redes de suporte entre o grupo de pares (Almeida, 2015).

A idade dos estudantes, em contexto universitário, correlacionou-se positivamente com os sintomas da depressão. Este resultado vai ao encontro de outros estudos com população estudantil que indicam níveis de depressão mais elevados em estudantes mais velhos (Zhang et al., 2022).

Limitações

Os resultados deste estudo devem ser interpretados considerando algumas limitações. Primeiramente, o tamanho da amostra não foi suficientemente representativo da população, havendo um desequilíbrio na distribuição por género (com maior representatividade feminina) e entre estudantes nacionais e internacionais.

Além disso, o desenho transversal do estudo impede o estabelecimento de relações de causalidade entre as variáveis e não considerou períodos específicos da vida académica, como épocas de avaliações e exames, que podem influenciar os indicadores de saúde mental. É importante referir que a recolha de dados ocorreu previamente à primeira época de avaliações do ano letivo.

A técnica de amostragem em bola de neve e a participação online também constituem limitações, podendo resultar em sub-representações da população estudantil, o que compromete a validade externa da investigação. Adicionalmente, o uso de autorrelatos para avaliar sintomas de ansiedade, depressão e stress pode ter introduzido viés, decorrente do modo como os estudantes perspetivam as suas emoções negativas ou a sua saúde mental.

Estes aspetos destacam a necessidade de dar continuidade a estudos deste âmbito, idealmente com delineamento longitudinal, para compreender melhor a evolução dos indicadores de saúde mental dos estudantes universitários. A Organização Mundial de Saúde reconhece que as dificuldades de adaptação estão entre os problemas mais prevalentes nos estudantes que ingressam pela primeira vez em instituições de ensino superior. Apesar do crescimento da literatura sobre esta temática, ainda são necessários mais estudos que permitam avaliar os fatores associados à adaptação em diferentes contextos, com maior controlo das variáveis preditoras.

Ainda assim, a identificação da prevalência e dos fatores relacionados com a dificuldade de adaptação entre os estudantes universitários continua a ser fundamental para reconhecer as principais necessidades dos estudantes universitários (Belay Ababu et al., 2018). No contexto português, este problema é agravado por uma crise habitacional que afeta a disponibilidade de alojamento acessível e digno, particularmente para a população estudantil.

Conclusão

Apesar das limitações apresentadas e da ausência de diferenças significativas nos sintomas de ansiedade, depressão e stress em função das condições do alojamento, o facto de os estudantes deslocados evidenciarem significativamente mais sintomas do que a população geral sublinha a necessidade de implementar medidas de apoio psicológico específicas para este grupo. Estas medidas podem incluir o desenvolvimento de estratégias de coping adaptativas, a promoção de redes de suporte social e apoio entre pares, a facilitação da integração social e o incentivo à participação em atividades extracurriculares. Estas ações podem contribuir para reduzir a vulnerabilidade dos estudantes deslocados a problemas de saúde mental.

Agradecimentos e Autoria

Agradecimentos: Os autores não indicaram quaisquer agradecimentos.

Conflito de interesses: Os autores não indicaram quaisquer conflitos de interesse.

Fontes de financiamento: Este estudo não recebeu qualquer financiamento específico.

Contributos: IMC: Conceptualização; Metodologia; Análise Formal; Supervisão. SCF: Conceptualização; Investigação; Redação – Revisão & Edição. AG: Software; Validação; Redação – Revisão & Edição.

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