Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social 2019 Vol. 5 (1):
3-21
Portuguese Journal of
Behavioral and Social Research 2019 Vol. 5 (1): 3-21
Departamento de Investigação & Desenvolvimento • Instituto
Superior Miguel Torga
ARTIGO ORIGINAL
Autoconsciência e investimento esquemático da
aparência em indivíduos com deficiência visual
Self-consciousness and schematic investment of appearance in individuals
with visual impairment
José Mendes (1)[a]
Durval Alcaidinho (2)
Maura Alcaidinho (3)
(1) INTELECTO –
Psicologia & Investigação, Ponta Delgada, Açores, Portugal
(2) Hospital
Divino Espírito Santo, Ponta Delgada, Açores, Portugal
(3) Unidade de Saúde
da Ilha de São Miguel, Ponta Delgada, Açores, Portugal
Recebido: 15/10/2018; Revisto: 21/12/2018; Aceite: 08/02/2019.
https://doi.org/10.31211/rpics.2019.5.1.99
Objetivo: A Autoconsciência da Aparência tem sido alvo de recente
investigação em vários contextos, sendo desconhecidos estudos realizados em
indivíduos com deficiência visual. Propõe-se com este estudo, compreender a
Autoconsciência da Aparência em pessoas com deficiência visual. Método: Participaram 104 indivíduos (43 com cegueira congénita, 19 com
baixa visão congénita, 23 com cegueira adquirida e 19 com baixa visão
adquirida) que responderam a um conjunto de questionários quer disponibilizados
on-line, quer de forma presencial,
tendo sido adicionada a opção de resposta "não se aplica" em todos os
itens da versão reduzida da Derriford
Appearance Scale (DAS-24) e Appearance
Scale Inventory (ASI-R). Resultados: Todos os instrumentos
utilizados apresentaram bons índices de consistência interna. Não se
verificaram diferenças significativas no Investimento Esquemático e
Autoconsciência da Aparência entre os tipos de deficiência visual. Os
participantes com baixa visão congénita e baixa visão adquirida, apresentaram
maior desconforto com a sua aparência, em comparação com os participantes com
cegueira congénita e cegueira adquirida. O Afeto Negativo revelou-se preditor
do investimento esquemático e autoconsciência da aparência.
Conclusões:
Preocupações da aparência em
indivíduos com deficiência visual são generalizadas, ocorrendo internalização
dos ideais do corpo também em sujeitos sem visão. O Afeto Negativo é um
preditor do Investimento Esquemático e Autoconsciência da Aparência.
Palavras-Chave: Autoconsciência da Aparência;
Deficiência Visual; Investimento Esquemático da Aparência; Afeto Positivo;
Afeto Negativo.
Aim: Self-consciousness of
appearance has been recently subject to investigation in several contexts, and
studies in visual impairment are unknown. The objective of this study is to understand the self-consciousness
of appearance in visually impaired individuals. Method: 104 participants (43 with congenital blindness, 19 with
congenital low vision, 23 with acquired blindness and 19 with acquired low
vision) answered a set of questions administered online or face-to-face, with
answers option (not applicable) in all questions of Derriford Appearance
Scale-short (DAS-24) and Appearance Scale Inventory (ASI-R). Results: All instruments used had good
internal consistency. There were no significant differences in the investment
in the physical appearance and self-consciousness of appearance between types
of visual impairment. Negative Affect revealed to be a predictor of schematic
investment and self-consciousness of appearance. Participants with congenital
and acquired low vision were more uncomfortable with their appearance compared
to participants with congenital and acquired visual impairment. Conclusion: Appearance concerns in the
visually impaired are widespread, and internalization of body ideals also take
place in blind individuals. Negative Affect is a predictor of schematic
investment and self-consciousness of appearance.
Keywords: Self-consciousness of Appearance; Visual Impairment; Schematic Investment
of Appearance; Positive Affect; Negative Affect.
Nas últimas décadas, a investigação em psicologia tem-se centrado
na importância que a aparência exerce no quotidiano dos indivíduos (Mendes, Figueiras,
Moreira, & Moss, 2016; Mendes & Pereira,
2018), existindo a necessidade de melhor
compreender as características psicológicas subjacentes dos indivíduos
conscientes da sua aparência (Mendes, 2017). Segundo Rumsey e Harcourt (2005), examinamos a nossa aparência milhares de vezes durante a nossa
vida, em que as mudanças físicas do corpo, principalmente as da face, têm um
poderoso efeito sobre a forma como nos observamos.
A maioria dos indivíduos apresentam preocupações com a sua
aparência (Harris & Carr,
2001), descrevendo-se o conceito da imagem
corporal como uma figuração sobre como o indivíduo se sente em relação à sua
aparência (Cash, 2004; El Ansari, Vodder Clausen, Mabhala, & Stock, 2010;
Grogan, 2017). No entanto, a imagem corporal nas pessoas com deficiência visual
suscita várias questões, por exemplo, “O que os indivíduos cegos pensam sobre o
seu próprio corpo? Os cegos estão preocupados com a sua aparência? Os cegos
procuram o corpo ideal?” (Kaplan-Myrth,
2000, p. 280). Segundo Alves e Duarte (2008), as limitações na capacidade visual podem trazer consequências
para o desenvolvimento da imagem corporal em indivíduos com deficiência visual.
A maioria dos indivíduos partilha do senso que as pessoas com
cegueira não percecionam qualquer tipo de luz. Contudo, o termo cego é amplo e abrange indivíduos que
não têm visão e indivíduos que têm alguma perceção de luz e cor, conseguem ler
grandes impressões e podem ver imagens numa televisão de circuito fechado (Kaplan-Myrth,
2000). Segundo Pitano e Noal (2018,
p. 131), os indivíduos com deficiência visual “impõem uma organização sensorial
diferenciada em relação à construção, organização e estruturação dos saberes”. Behrmann, Moscovitch e Winocur (1994) mencionam que embora tenha sido sugerido que as imagens mentais
se assemelham à perceção real de um objeto ou evento e a perceção e a imagem
compartilharem mecanismos representacionais e neurais comuns, ainda não está
claro até que ponto a perceção visual e as imagens mentais usam os mesmos
mecanismos. González, Benito e Veiga (2004) mencionam a existência de experiências
sensoriais intencionadas, onde o conhecimento global dos objetos que
proporciona a informação visual é substituído por informação auditiva ou
táctil, isto é, o indivíduo com deficiência visual constrói imagens pela
articulação da informação adquirida (Pitano & Noal,
2018).
Desde a infância que a deficiência visual tem repercussões na
aparência física (e.g., lavar-se, cuidar das partes do corpo, vestir-se), sendo
estas repercussões minimizadas pelas aprendizagens ao longo do desenvolvimento (González et al.,
2004).
Noutro sentido, é frequente os pais incentivarem tanto menos a
prática de exercício físico dos filhos quanto maior for a sua deficiência
visual (Stuart, Lieberman,
& Hand, 2006), o que é contraproducente pois uma criança com deficiência visual
necessita de fortes interações entre objetos e pessoas de forma a conseguir
desenvolver e a tomar uma consciência do mundo exterior (Kaodoinski &
Toniazzo, 2017). Uma revisão de literatura (Eiras, Amorim, Carmo,
& Russo, 2012) apresenta uma concordância de estudos sobre os indivíduos com
deficiência visual formarem uma perceção corporal pela dependência que estes
têm sobre o seu próprio corpo e o meio em que se inserem, onde as informações
sensoriais e o relato verbal são considerados pontos chave na construção da
imagem corporal. De realçar que a linguagem dos indivíduos com deficiência
visual é representativa dos conceitos desenvolvidos a partir de informações construídas
pelos sentidos, existindo “redes conceituais de cada conceito inferidas a
partir de pontos convergentes e divergentes e os caminhos, ou recursos
preceptivos, utilizados pelos cegos na formação de conceitos” (Nunes & Lomônaco,
2008, p. 128).
Um estudo de cariz qualitativo, realizado por Kaplan-Myrth (2000), menciona que as pessoas com deficiência visual se preocupam com
a aparência física e quase todos os participantes entrevistados para o
respetivo estudo cuidam da sua aparência através de regimes pessoais tais como
a maquilhagem, exercício físico e moda, enfatizando a necessidade da
importância dos ideais de corpo de indivíduos considerados modelos. Em reforço
desta ideia, segundo Smedema e McKenzie (2010), as pessoas com deficiência visual podem sentir-se mais
confortáveis quando executam o seu trabalho através da internet, uma vez que
estes são avaliados mais pela força das suas contribuições do que pela sua
aparência ou deficiência visual.
Nazaré, Moreira e Canavarro (2010) consideram que a imagem corporal se compõe pela saliência
auto-avaliativa e saliência motivacional, em que a perceção da imagem corporal
é definida pelo rigor que o indivíduo faz da sua forma, comparando-as com as
suas características reais. No entanto, o contacto social exerce um papel
preponderante nas relações sociais, níveis de autoconceito e autoestima dos
indivíduos com deficiência visual (Alves & Duarte,
2008).
A maioria das decisões das pessoas com deficiência visual são
tomadas pelos familiares e grupo de pares sem deficiência visual, levando-os a
não de participar em atividades (laborais, extralaborais) que influenciam uma
menor autodeterminação, isolamento e solidão das pessoas com deficiência visual
(Robinson &
Lieberman, 2004). No entanto, os valores culturais de beleza impostos pela
sociedade parecem não exercer grande influência no processo de construção da
imagem corporal em indivíduos com deficiência visual (Alves & Duarte,
2008); contudo, é escassa a investigação sobre
como os indivíduos com deficiência visual percebem o seu próprio corpo (Peres, Espírito‐Santo,
Espírito, Ferreira, & Assis, 2015).
Eiras et al. (2012) defendem que a perceção adequada da imagem corporal é fundamental
para que os indivíduos com deficiência visual possam integrar de forma
confiante a sociedade. Assim, de forma a contribuir para uma melhor compreensão
de como o indivíduo com deficiência visual se sente e comporta relativamente às
preocupações com a sua aparência, definimos quatro objetivos orientadores. Em
primeiro lugar, iremos analisar a fiabilidade das escalas de forma a garantir
que as mesmas são válidas para administrar em indivíduos com deficiência
visual. Posteriormente, analisaremos possíveis diferenças no investimento
esquemático, autoconsciência da aparência e os afetos (como traço da
personalidade) entre sujeitos com diferentes tipos de deficiência visual. Em
terceiro lugar, procederemos à análise de possíveis relações entre as mesmas
variáveis, tendo-se por último analisado se os afetos serão preditores do
investimento esquemático e autoconsciência da aparência.
Procedimento
O comprometimento visual em indivíduos
inviabiliza a aplicação de testes no formato tradicional (Oliveira & Nunes, 2015), no entanto, o cuidado na aplicação dos
instrumentos utilizados no estudo permitiu que estes apresentassem uma
fiabilidade apropriada (a de Cronbach ≥ 0,70), com valores considerados moderadamente elevados (Marôco & Garcia-Marques, 2006).
Apresentou-se o presente estudo à
Direção da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), tendo-se
definido posteriormente que a melhor abordagem de solicitar a participação dos
indivíduos seria disponibilizar os instrumentos organizados através do Google Docs, acompanhados do
Consentimento Livre, Informado e Esclarecido da respetiva participação. O
estudo foi divulgado na revista eletrónica da ACAPO.
Perante a pouca adesão ao tipo de
recrutamento, a ACAPO solicitou apoio à Associação Promotora do Ensino dos
Cegos, tendo a respetiva direção autorizado e informado os seus utentes da
realização de um estudo de carácter voluntário. Nesta fase, procedeu-se à
impressão dos instrumentos e respetivo Consentimento
Livre, Informado e Esclarecido que foram aplicados presencialmente nas
instalações da instituição. Foi reforçado, no momento da aplicação dos
instrumentos, que a participação era anónima e voluntária, podendo desistir-se
de participar em qualquer momento.
Participantes
Participaram neste
estudo 104 indivíduos com uma média de idade 39,72 anos. Somente 39
participantes responderam ao questionário on-line
através de uma aplicação informática própria para audição das questões. Os
restantes 65 participantes responderam diretamente às questões lidas pelo
investigador principal com as seguintes instruções: “Serão lidas algumas
afirmações que deverá responder conforme o grau de concordância. Não são
possíveis comentários sobre as afirmações de cada instrumento, somente será
possível repetir a leitura das afirmações as vezes necessárias”.
|
Caracterização da Amostra (%) |
|
||
|
Características |
n (%) |
|
|
|
Sexo |
Masculino |
66 (63,5) |
|
|
Feminino |
38 (36,5) |
|
|
|
Escolaridade |
1.º ciclo |
3 (2,9) |
|
|
2.º ciclo |
6 (5,8) |
|
|
|
3.º ciclo |
24 (23,1) |
|
|
|
Secundário |
44 (42,3) |
|
|
|
Ensino Superior |
27 (26,0) |
|
|
|
Estado Civil |
Solteiro(a) |
50 (48,1) |
|
|
Casado(a) |
38 (36,5) |
|
|
|
Divorciado(a) |
1 (1,0) |
|
|
|
União de Facto |
15 (14,4) |
|
|
|
Local de Residência |
Grande Meio Urbano |
59 (56,7) |
|
|
Pequeno Meio Urbano |
26 (25,0) |
|
|
|
Grande Meio Rural |
11 (10,6) |
|
|
|
Pequeno Meio Rural |
8 (7,7) |
|
|
|
Tipo de Deficiência Visual |
Cegueira Congénita |
43 (41,3) |
|
|
Baixa Visão Congénita |
19 (18,3) |
|
|
|
Cegueira Adquirida |
23 (22,1) |
|
|
|
Baixa Visão Adquirida |
19 (18,3) |
|
|
|
Quanto se preocupa com a
sua aparência |
Pouco |
20 (19,2) |
|
|
Indiferente (nem muito,
nem pouco) |
23 (22,1) |
|
|
|
Muito |
45 (43,3) |
|
|
|
Demasiado |
16 (15,4) |
|
|
|
Nota. N = 104. |
|
Instrumentos
Procedeu-se à
realização de um Questionário Sociodemográfico com o intuito de
explorar as variáveis Sexo, Escolaridade, Estado Civil, Local de Residência,
Tipo de Deficiência Visual, Escolaridade e Preocupações com a Aparência (Tabela 1).
Derriford Appearance Scale-short [DAS24; Carr, Moss, &
Harris (2005); traduzido por Moreira & Canavarro, (2007) e validado por Mendes et al. (2016)]. Esta escala mede o constructo
subjacente da autoconsciência da aparência, num total de 24 itens respondidos
numa escala tipo Likert, com seis questões adicionais. Os 24 itens têm o
objetivo de avaliar a forma como o indivíduo se sente e comporta relativamente
à característica que o incomoda, sendo cotados através das seguintes opções de
resposta: “0 = N/A (não aplicável), 1 = Nunca/Quase nunca, 2 = Às vezes, 3 =
Frequentemente e 4 = Quase Sempre” para os itens 3, 5, 7, 9, 12, 13, 15, 18,
19, 21, 24 e “1 = Nada, 2 = Ligeiramente, 3 = Moderadamente e 4 = Extremamente”
para os restantes itens. As seis questões adicionais descrevem-se: uma sobre a
existência de algum aspeto da aparência que preocupa o indivíduo; três questões
abertas e outras duas com a pretensão de avaliar até que ponto o aspeto da
aparência do indivíduo causa dor/desconforto ou o limita na capacidade física
no seu quotidiano. O estudo psicométrico da versão portuguesa (Mendes et al., 2016) apresenta bom índice de consistência
interna (α de Cronbach =
0,91; KMO = 0,93). Pontuações
elevadas indicam maior preocupação com a aparência.
The Appearance Schemas
Inventory – Revised [ASI-R; Cash,
Melnyk, & Hrabosky (2004); traduzido e validado por
Nazaré et al. (2010)]. Este inventário avalia o investimento
esquemático na aparência através de duas dimensões (saliência auto-avaliativa e
saliência motivacional; Cash et al., 2004) numa escala de autorresposta tipo
Likert (20 itens), considerando uma cotação que varia entre 1 ("Discordo
fortemente") e 5 ("Concordo fortemente"). Através da ASI-R pode
avaliar-se os esforços de um indivíduo na forma como este gera a sua
atratividade física e aparência. Quanto mais elevado for este resultado,
maiores são os níveis de investimento esquemático relativos à aparência. A
versão portuguesa do instrumento (Nazaré et al., 2010) apresenta características psicométricas
idênticas à versão original (α de Cronbach =
0,89). Pontuações elevadas indicam maior investimento esquemático da aparência.
Positive
and Negative Affect Schedule [PANAS; Watson, Clark,
& Tellegen (1988); traduzido e validado por
Galinha & Pais-Ribeiro (2005)]. O PANAS avalia estados emocionais
específicos, sendo composto por 20 emoções organizadas em duas subescalas:
afetos positivos (a de Cronbach = 0,86)
e afetos negativos (a de Cronbach = 0,89)
com uma correlação entre subescalas perto de zero (r = -0,10). Na soma das respostas às 10 emoções positivas e 10
emoções negativas (individualmente variam entre 1 = "nada ou muito
ligeiramente", 2 = "um pouco", 3 = "moderadamente", 4
= "bastante" e 5 = "extremamente”) quanto maior a pontuação,
maior a experiência afetiva (positiva/negativa) dos indivíduos.
Análise Estatística
Pretende-se avaliar a fiabilidade dos
instrumentos através do alfa de Cronbach (a).
A significância do efeito do Tipo de
Deficiência Visual sobre os níveis de Autoconsciência da Aparência, Saliência
Auto-avaliativa e Saliência Motivacional foi avaliada com uma ANOVA para cada
uma das variáveis dependentes, seguida do teste post-hoc HSD de Tukey para um alfa de 0,05 e respetivo tamanho do
efeito (TDE) (Espírito-Santo
& Daniel, 2015, 2018).
Recorreu-se ao coeficiente de correlação
de Pearson (r), para análise das
relações entre as variáveis.
Utilizou-se a regressão linear múltipla
de forma a permitir a obtenção de um modelo parcimonioso com a possibilidade de
predizer a Autoconsciência da Aparência, Saliência Auto-avaliativa e Saliência
Motivacional em função das variáveis independentes (Afeto Positivo e Afeto
Negativo). Através da estatística de Durbin-Watson avaliou-se o pressuposto de
independência e o VIF (Variance Inflating Factor) inferior a 5
para diagnosticar a multicolinearidade (Marôco, 2010), considerando efeitos significativos
para um valor de p inferior a 0,05.
Após análise da
fiabilidade das escalas, verificaram-se níveis de boa consistência interna para
todos os instrumentos (ASI-R, a de Cronbach = 0,87;
Saliência Auto-avaliativa a de Cronbach = 0,86;
Saliência Motivacional a de Cronbach =
0,70); DAS-24, a de Cronbach = 0,88;
Afeto Positivo, a de Cronbach = 0,84
e Afeto Negativo, a de Cronbach = 0,86]
para o presente estudo.
Quanto ao efeito do
tipo de deficiência visual sobre as variáveis em estudo, não se verificaram diferenças
estatisticamente significativas e o TDE foi pequeno entre o Tipo de Deficiência
Visual e a Saliência Auto-avaliativa (g
de Hedges = 0,297), Saliência Motivacional (g
de Hedges = 0,261) e Autoconsciência da Aparência (g de Hedges = 0,271). No entanto, os participantes com Baixa Visão
Congénita e Baixa Visão Adquirida apresentaram maiores níveis de investimento
esquemático e autoconsciência da aparência (Tabela 2).
|
Diferenças em
Relação às Variáveis Investimento Esquemático (ASI-R) e Autoconsciência da
Aparência (DAS-24) entre Participantes com Diferentes Tipos de Deficiência
Visual |
|
|||||||
|
|
|
|
|
ANOVA |
|
95% IC |
|
|
|
Tipo
de Deficiência Visual |
N |
M |
DP |
F(gl) |
p |
Inferior |
Superior |
|
|
Saliência
Auto-avaliativa (ASI-R) |
|
|
|
1,87(3) |
0,14 |
|
|
|
|
Cegueira Congénita |
43 |
35,07 |
8,91 |
|
|
32,33 |
37,81 |
|
|
Baixa Visão Congénita |
19 |
39,21 |
8,65 |
|
|
35,04 |
43,48 |
|
|
Cegueira Adquirida |
23 |
33,43 |
10,15 |
|
|
29,04 |
37,83 |
|
|
Baixa Visão Adquirida |
19 |
38,16 |
9,12 |
|
|
33,76 |
42,55 |
|
|
Saliência
Motivacional (ASI-R) |
|
|
|
1,61(3) |
0,19 |
|
|
|
|
Cegueira Congénita |
43 |
25,49 |
5,57 |
|
|
23,77 |
27,20 |
|
|
Baixa Visão Congénita |
19 |
27,68 |
5,20 |
|
|
25,18 |
30,18 |
|
|
Cegueira Adquirida |
23 |
26,00 |
4,57 |
|
|
24,02 |
27,97 |
|
|
Baixa Visão Adquirida |
19 |
28,21 |
5,23 |
|
|
25,68 |
30,73 |
|
|
Autoconsciência
da Aparência (DAS-24) |
|
|
|
1,50(3) |
0,22 |
|
|
|
|
Cegueira Congénita |
43 |
48,88 |
16,76 |
|
|
56,58 |
64,54 |
|
|
Baixa Visão Congénita |
19 |
54,11 |
14,49 |
|
|
60,90 |
72,88 |
|
|
Cegueira Adquirida |
23 |
44,61 |
12,72 |
|
|
53,75 |
65,11 |
|
|
Baixa Visão Adquirida |
19 |
47,42 |
11,86 |
|
|
59,84 |
72,89 |
|
|
Nota. N = 104; M = médias; DP =
desvios-padrão; F = estatística F da ANOVA; gl = graus de
liberdade; p = nível de significância; IC = intervalo de
confiança. |
|
Após aplicação do teste t de Student e ANOVA não se verificaram
diferenças estatisticamente significativas nas variáveis Investimento
Esquemático e Autoconsciência da Aparência entre os sexos, categorias do estado
civil, tipos de local de residência, tipo de deficiência visual, preocupações
com aparência e níveis de escolaridade.
Conforme demonstrado na Tabela 3, a
variável Saliência Auto-avaliativa apresentou uma correlação positiva e
significativa com variável Saliência Motivacional (R2 =
37,2%), a variável Autoconsciência da Aparência (R2 = 44,9%)
e a variável Afeto Negativo (R2 = 29,2%); enquanto que a
variável Saliência Motivacional apresentou uma relação positiva e significativa
com a variável Autoconsciência da Aparência (R2 = 9,6 %) e
com a variável Afeto Negativo (R2 = 6,2 %).
|
Correlações
Bivariadas entre Saliência Auto-avaliativa, Saliência Motivacional,
Autoconsciência da Aparência, Afeto Positivo e Afeto Negativo |
|
|||||
|
|
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
|
|
1. Saliência Auto-avaliativa |
|
0,61** |
0,67** |
-0,08 |
0,54** |
|
|
2. Saliência Motivacional |
|
|
0,31** |
0,07 |
0,25* |
|
|
3. Autoconsciência da Aparência |
|
|
|
-0,15 |
0,33** |
|
|
4. Afeto Positivo |
|
|
|
|
0,12 |
|
|
5. Afeto Negativo |
|
|
|
|
|
|
|
M |
36,03 |
26,50 |
48,63 |
33,08 |
21,58 |
|
|
DP |
9,30 |
5,28 |
14,82 |
7,45 |
7,26 |
|
|
Nota. N = 104. *p < 0,05; **p
< 0,01. |
|
Ao analisar possíveis preditores, procedeu-se a uma regressão linear múltipla,
que após validação dos pressupostos homogeneidade, distribuição normal e
independência dos erros, identificou-se o Afeto Negativo como preditor
significativo da Saliência Auto-avaliativa, Saliência Motivacional e
Autoconsciência da Aparência. As variáveis independentes conseguiram explicar
em média 29% da variação da Saliência Auto-avaliativa e 13% da variação da
Autoconsciência da Aparência (Tabela 4).
|
Regressão Linear Múltipla das Variáveis Preditoras
da Saliência Auto-avaliativa, Saliência Motivacional e Autoconsciência da
Aparência |
|
||||||
|
Variável dependente e preditor |
B |
b |
t |
p |
F(df) |
R2 |
|
|
Saliência Auto-Avaliativa |
|
|
|
|
22,32(2) |
0,29 |
|
|
Afeto Positivo |
-0,18 |
-0,14 |
-1,72 |
0,089 |
|
|
|
|
Afeto Negativo |
0,71 |
0,55 |
6,62 |
<
0,001 |
|
|
|
|
Saliência Motivacional |
|
|
|
|
3,34(2) |
0,04 |
|
|
Afeto Positivo |
0,03 |
0,04 |
0,40 |
0,687 |
|
|
|
|
Afeto Negativo |
0,18 |
0,24 |
2,49 |
0,015 |
|
|
|
|
Autoconsciência da Aparência |
|
|
|
|
8,69(2) |
0,13 |
|
|
Afeto Positivo |
-0,38 |
-0,19 |
-2,04 |
0,044 |
|
|
|
|
Afeto Negativo |
0,73 |
0,36 |
3,86 |
<
0,001 |
|
|
|
|
Nota. N = 104. |
|
Partindo do pressuposto que os instrumentos aplicados não haviam sido
utilizados em indivíduos com deficiência visual, o presente estudo permitiu
verificar a sua aplicabilidade e fiabilidade, apresentando níveis de
consistência interna aceitáveis (Marôco
& Garcia-Marques, 2006).
O presente estudo, apesar de não evidenciar diferenças estatisticamente
significativas entre os tipos de deficiência visual a nível do investimento
esquemático e da autoconsciência da aparência, os participantes com baixa visão
congénita e baixa visão adquirida apresentaram maior investimento na sua imagem
corporal e maiores constrangimentos com a aparência em relação aos
participantes com cegueira congénita e cegueira adquirida, ainda que ainda que
a magnitude da diferença seja considerada pequena (Espírito-Santo
& Daniel, 2015).
Em apoio parcial do presente resultado, estudos apontam para diferenças nos
níveis de satisfação corporal entre indivíduos com deficiência adquirida em
comparação com indivíduos com deficiência visual congénita (Peres et
al., 2015),
existindo diferenças das vivências e experiências sobre a imagem corporal entre
as pessoas com deficiência visual congénita e pessoas com deficiência visual
adquirida (Kaplan-Myrth,
2000).
Apesar das diferenças médias entre os indivíduos com deficiência visual
adquirida e deficiência visual congénita, os participantes revelam
estar atentos ou valorizam a gestão da aparência (saliência motivacional);
consideram que a sua aparência integra a sua identidade (saliência
auto-avaliativa) (Nazaré et
al., 2010)
e apresentam um conjunto de avaliações sobre a sua própria aparência (Mendes
et al., 2016; Mendes &
Pereira, 2018).
De facto, estudos têm demonstrado que os indivíduos com deficiência visual
sentem insatisfação com a imagem corporal (Peres et
al., 2015)
e apresentam níveis de satisfação com os seus atributos pessoais, onde a imagem
do corpo e a aparência apresentam as melhores percentagens do domínio
psicológico (Rebouças,
Araújo, Braga, Fernandes, & Costa, 2016).
De realçar que a não existência de diferenças estatisticamente
significativas entre os níveis de preocupação com a aparência no que diz
respeito ao investimento esquemático e autoconsciência da aparência pode estar
relacionada com o facto de a autoconsciência da aparência em indivíduos cegos
ser generalizada (Kaplan-Myrth,
2000).
Esta autora menciona que as pessoas com deficiência visual absorvem os
ideias corporais da sociedade, mesmo sem visão. Enquanto os indivíduos sem
deficiência avaliam com base numa comparação direta entre os seus próprios
corpos e o corpo “ideal”, as pessoas com deficiência conservam as avaliações de
si mesmas através de comparações indiretas e vagas.
Por outro lado, a falta de visão pode influenciar ou mesmo retirar o
verdadeiro significado à palavra Aparência, uma vez que esta pode ser
utilizada meramente por imitação; por exemplo, a falta de visão pode
influenciar conceitos adquiridos ao longo da vida e apesar de estes não dependerem
da escolarização, podem ser verbalizados meramente por imitação (Kaodoinski
& Toniazzo, 2017).
Segundo Peres et al. (2015)
a construção da imagem corporal em indivíduos com deficiência visual é
influenciada por valores simbólicos.
A existência de uma relação significativa entre o Afeto Negativo e o
Investimento Esquemático e a Autoconsciência da Aparência, poderá estar
relacionado com o facto de um elevado Afeto Negativo poder refletir desprazer e
mal-estar subjetivo (Galinha,
Pereira, & Esteves, 2014),
podendo inferir-se que os participantes no presente estudo apresentam insatisfação
e preocupações com a aparência. Segundo Mosquera, Fernandes, Grzelczak e Arruda (2014), o processo de formação da imagem corporal
depende de informações auditivas, táteis e cinestésicas, em que os pais desempenham
um papel importante no desenvolvimento da imagem corporal. As famílias têm uma
forte influência no desenvolvimento da identidade das pessoas com deficiência
visual (Kaplan-Myrth,
2000),
em que a superproteção por parte de familiares e amigos das pessoas com
deficiência visual, pode influenciar um apoio social negativo (Cimarolli
& Boerner, 2005).
O Afeto Negativo revela-se também como variável preditor da saliência
auto-avaliativa e da autoconsciência da aparência. Sendo o afeto composto por
respostas afetivas das pessoas, e o afeto negativo dizer respeito à
insatisfação (Noronha,
Martins, Campos, & Mansão, 2015), os participantes do presente estudo sentem
menor valorização e gestão da aparência, maior insatisfação com o corpo (Nazaré et
al., 2010)
e maior constrangimento com a aparência (Carr et al.,
2005).
Atendendo às limitações do presente estudo, por exemplo, o baixo número
de participantes e o controlo de variáveis externas na aplicação verbal dos
instrumentos, Moss e Rosser (2012),
defendem que a insatisfação corporal é um conceito mais amplo que a autoconsciência
da aparência, na medida em que inclui a infelicidade relacionada aos aspetos
não visíveis do corpo. Assim, estudos futuros poderão concentrar-se na
diferenciação entre a insatisfação corporal e autoconsciência da aparência em
pessoas com deficiência visual.
Conflito de
interesses | Conflict of interest: nenhum | none.
Fontes de
financiamento | Funding sources: nenhuma | none.
Contributos |
Contributions: JM: Coordenador do estudo; Supervisão do estudo;
Revisão de literatura; Análise estatística; Redação Integral do manuscrito. DA
e MA: Recolha de dados; Revisão de literatura.
Agradecimentos |
Acknowledgements: Os autores agradecem à Dra. Rita Pereira
(Coordenadora da Ação Social) da Associação dos Cegos e Ambíopes de Portugal
pela sua prestigiada colaboração na divulgação deste estudo.
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