TY - JOUR AU - Henriques, Sandra AU - Espirito-Santo, Helena AU - Cunha, Luís AU - Lemos, Laura AU - Daniel, Fernanda PY - 2019/11/30 Y2 - 2024/03/29 TI - Propriedades psicométricas da Frontal Assessment Battery na esclerose múltipla JF - Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social JA - Rev Port Inv Comp Soc VL - 5 IS - 2 SE - Artigo Original DO - 10.31211/rpics.2019.5.2.159 UR - https://rpics.ismt.pt/index.php/ISMT/article/view/159 SP - 19-37 AB - <p><strong>Contexto</strong>: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença desmielinizante crónica que pode envolver alterações cognitivas e executivas. As alterações executivas, relacionadas essencialmente com o lobo frontal, podem ser subdiagnosticadas, uma vez que os instrumentos utilizados na EM são extensos e complexos, podendo os seus resultados ser comprometidos pelos níveis de fadiga que poderão daí decorrer. A Bateria de Avaliação Frontal (FAB) é de aplicação rápida e simples e avalia as funções do lobo frontal. &nbsp;<strong>Objetivo</strong>: Explorar as propriedades psicométricas da FAB numa amostra de doentes com EM.&nbsp;<strong>Métodos</strong>: No estudo avaliaram-se 68 doentes com EM e 81 indivíduos sem diagnóstico de doença neurológica (amostra de controlo) com a FAB, a Subescala executiva do <em>Montreal Cognitive Assessment</em>/MoCA-E e o Teste de Fluências Verbais Fonéticas/TFVF. Vinte e nove doentes foram reavaliados com a FAB (intervalo 4-8 semanas).&nbsp;<strong>Resultados</strong>: Na amostra com EM, a consistência interna revelou-se adequada e a estabilidade temporal situou-se entre moderada a alta nas subescalas <em>Semelhanças, FluênciasLexicais, Séries Motoras de Luria </em>e<em> Go-no-Go</em>. A FAB correlacionou-se de forma elevada com o MoCA-E e TFVF, atestando a sua validade convergente, e a sua estabilidade temporal teste-reteste revelou-se adequada. A amostra com EM teve pontuações significativamente inferiores nas subescalas <em>Fluências Lexicais</em>e <em>Séries Motoras de Luria </em>comparativamente com a amostra de controlo(<em>p </em>&lt; 0,05). Na EM, a FAB discriminou os níveis de escolaridade (<em>p&nbsp;</em>&lt; 0,001) e a subescala <em>Séries Motoras de Luria </em>diferenciou os padrões de EM (<em>p&nbsp;</em>&lt; 0,05).&nbsp;<strong>Conclusões</strong>: A FAB apresenta propriedades psicométricas adequadas para avaliar as funções do lobo frontal em doentes com EM, devendo integrar a sua avaliação neuropsicológica para auxiliar no correto encaminhamento terapêutico. Adicionalmente, a subescala das <em>Fluências Lexicais&nbsp;</em>parece ser importante para avaliar estes doentes, tendo potencial para o nível I do rastreio da disfunção frontal na EM.</p> ER -