Mudanças na vida quotidiana em pessoas idosas institucionalizadas pelo impacto da doença

Autores

  • Nuno de Noronha da Costa Bispo Universidade Pitágoras Unopar, Norte do Paraná, Brasil https://orcid.org/0000-0001-6701-4149
  • Viviane de Souza Pinho Costa Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Brasil
  • Mário Molari Universidade Pitágoras Unopar, Norte do Paraná, Brasil https://orcid.org/0000-0002-7189-0894
  • Letícia Caroline Falossi Universidade Pitágoras Unopar, Norte do Paraná, Brasil
  • Tatiani Aparecida Silva Fidelis Universidade Estadual de Londrina, Brasil https://orcid.org/0000-0002-1017-1685
  • Fernanda Freitas Gonçalves Leati Universidade Estadual de Londrina, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0038-7458
  • Thainara Ferreira Furini Clínica Renovar Vidas, Brasil
  • Flamínia Manzano Moreira Lodovici Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil
  • Ruth Gelehrter da Costa Lopes Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil https://orcid.org/0000-0003-1493-0826
  • Maria Helena Villas Boas Concone Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.31211/rpics.2020.6.1.169

Palavras-chave:

Doença, Pessoas idosas, Instituição de Longa Permanência para Idosos

Resumo

Objetivo: Verificar as mudanças na vida cotidiana em pessoas idosas institucionalizadas provocadas pelo impacto da doença foi o objetivo geral desta pesquisa etnográfica. Método: A pesquisa decorreu com 99 residentes de uma instituição de longa permanência para idosos, no sul do Brasil. Houve uma pesquisa documental da Instituição e a permanência do pesquisador para a familiarização deste com o ambiente e todo o público. A observação participante e a entrevista semiestruturada foram utilizadas para a coleta de dados. Após o trabalho de campo, os dados foram analisados por meio da descrição da observação e pelo método hermenêutico-dialético. Resultados: observou-se a dependência funcional, perda da autonomia e do controle pessoal. Nas falas dos participantes, constatou-se a perda da liberdade, a dependência física nas atividades do cotidiano, a diminuição da ocupação, o isolamento e a dificuldade para dormir. O acometimento da mobilidade foi notado na observação participante e nas entrevistas. Conclusão: Nas considerações finais a temática da pesquisa qualitativa destaca a restrição da autonomia que as pessoas idosas residentes da Instituição enfrentam diante às novas condições vivenciadas no quotidiano institucional ocasionado pela doença, o que interfere na qualidade de vida destes residentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Agich, G. J. (2008). Dependência e autonomia na velhice. Edições Loyola.

Barkan, S. E. (2012). Sociology: Comprehensive edition (Vol. 1.0.) https://2012books.lardbucket.org/books/sociology-comprehensive-edition

Barsaglini, R. A., & Soares, B. B. N. S. (2018). Impactos de adoecimento de longa duração: experiência de adultos jovens com leucemia mieloide aguda. Ciências e Saúde Coletiva, 23(2), 399–408. http://doi.org/dwm4

Bell, D., Pokriefke, E., Risser, R., Biler, S., Šenk, P., Parkes, A., Stannard, J., Armoogum, J., Marin-Lamellet, C., Gabaude, C., Madre, J.-L., Alauzet, A., Monterde-i-Bort, H., & Henriksson, P. (2013). Mobility patterns in the ageing populations (Work package 2; CONSOL - WP2 – Mobility Patterns in the Ageing Populations). https://bit.ly/3bTThRl

Bispo, N. N. C. (2009). O significado do estágio de fisioterapia numa instituição de longa permanência para idosos. Clube de Autores.

Birren, J. E., Lubben, J. E., Rowe, J. C., & Deutchman, D. E. (1991). The concept the measurement of quality of life in the frail elderly. Academic Press. https://doi.org/10.1016/C2009-0-02653-1

Burgos, J. M. (2013). Antropología: uma guia para la existência (5a ed.). Albatros.

Bury, M. (1982). Chronic illness as biographical disruption. Sociology of Health & Illness, 4(2), 167–182. http://doi.org/bsjg8m

Calabrese, J. D. (2013). Ethnographic approaches to health experiences research. In S. Ziebland, A. Coulter, J. D. Calabrese, & L. Locock (Eds.), Understanding and using health experiences: Improving patient care (pp. 28–38). Oxford University. http://doi.org/dwm3

Cortés, J. J. B., Calvo, M, H., & Montalvo, J. I. G. (2001). Valoración integral del anciano: Instrumentos de evaluación. In F. B. Pareja, J. I. González-Montalvo, & P. Martínez-Martín, (Eds.), Neurogeriatria: Temas fundamentales (pp. 37–60). Aula Medica.

Cott, C. A., Finch, E., Gasner, D., Yoshida, K., Thomas, S., & Verrier, M. (1995). The movement continuum theory of physical therapy. Physiotherapy Canada, 47(2), 87–95. https://bit.ly/2ASnlQr

Creswell, J. W. (2014). Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: Escolhendo entre cinco abordagens (D. S. S. Mallmann da Rosa, Trad.) (3ª ed.). Penso Editora. (Trabalho original publicado em 2012)

Dramé, M., Jovenin, N., Ankri, J., Somme, D., Novella, J.-L., Gauvain, J.-B., Bige, V., Colvez, A., Couturier, P., Heitz, D., Voisin, T., Wazières, B. D., Gonthier, R., Jeandel, C., Jolly, D., Saint-Jean, O., & Blanchard, F. (2004). La fragilité du sujet âgé: Actualité – perspectives. Gerontologie et societe, 27(109), 31–45. https://doi.org/10.3917/gs.109.0031

Fernández, O. S., & Casas, S. B. (2012). Caracterización de salud, dependencia, inmovilidad y riesgo de úlceras por presión de enfermos ingresados al programa de atención domiciliaria. Ciencia y Enfermeria, 18(3), 61–72. http://doi.org/dwm8

Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa (3ª ed.). Artmed & Brokman.

Folstein, M. F., Folstein, S. E., & McHugh, P. R. (1975). “Mini-mental state”: A practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. Journal of Psychiatric Research, 12(3), 189–198. https://doi.org/10.1016/0022-3956(75)90026-6

Giddens, A. (2012). Sociologia (A. Figueiredo, A. P. D. Baltazar, C. L. da Silva, P. Matos, & V. Gil, Trad.; 6ª ed.). Artmed. (Trabalho original publicado em 2009)

Gillespie, L., & Petersen, S. (2012). Rituals and routines: Supporting infants and toddlers and their families. Young Children, 67(4), 76–77. https://bit.ly/3bUr5Oe

Guccione, A. A. (2002). O estado de saúde: estrutura conceitual e terminologia para o exame, avaliação e diagnóstico. In A. A. Guccione (Ed.), Fisioterapia geriátrica (2ª ed., pp. 105–113). Guanabara Koogan. (Trabalho original publicado em 2000)

Hayflick, L. (2007). Biological aging is no longer an unsolved problem. Annals of the New York Academy of Sciences, 1100, 1–13. https://doi.org/10.1196/annals.1395.001

Hammersley, M. (2018). What is ethnography? Can it survive? Should it? Ethnography and Education, 13(1), 1–17. http://doi.org/gdshv5

Hammersley, M., & Atkinson, P. (2007). Ethnography: Principles in practice (3a ed.). Taylor & Francis.

Kaufman, V. (2011). Rethinking the city: Urban dynamics and motility. EPFL Press.

Kikuch, E. H., & Bispo, N. N. C. (2010). Fatores associados a quedas durante a utilização de escadas por idosos institucionalizados. UNOPAR Cientifíca, Ciências Biológicas e da Saúde, 12(2), 45–50. https://doi.org/10.21270/archi.v6i1.1784

Kottak, C. P. (2013). Um espelho para a humanidade: uma introdução à antropologia cultural (R. C. Costa, Trad.; 8ª ed.). Penso. (Trabalho original publicado em 2012)

Larsen, P. D. (2013). The illness experience. In I. M. Lubkin, & P. D. Larsen (Eds.), Chronic illness as biographical disruption or biographical disruption as chronic illness reflections on a core concept (8a ed., pp. 23–45). Jones & Bartlett.

Larsen, P. D. (2013). Chronicity. In I. M. Lubkin & P. D. Larsen. (Eds.), Chronic illness as biographical disruption or biographical disruption as chronic illness reflections on a core concept (8a ed., pp. 3–22). Jones & Bartlett.

Le Breton, D. (2011). Antropologia do corpo e modernidade. Editora Vozes. (Trabalho original publicado em 2003)

Lenardt, M. H., Michel, T., & Tallmann, A. E. C. (2009). A condição de saúde de idosas residentes em instituição de longa permanência. Cogitare Enfermagem, 14(2), 227–236. https://doi.org/10.5380/ce.v14i2.15608

Marcelino, N. C. (2006). Estudos do lazer (4a ed.). Autores Associados.

Martins, G. A., & Theóphilo, C. R. (2009). Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas (2a ed.). Atlas.

Mattos, C. L. G. (2011). A abordagem etnográfica na investigação científica. In C. L. G. Mattos, & P. A. Castro (Eds.), Etnografia e educação: conceitos e usos (pp. 49–83). EDUEPB.

McColl, M., Rosenthal, C., & Rowe, W. K. (1998). Deficiências na velhice. In B. Pickles, A. Compton, C. Cott, J. Simpson, & A. Vandervoort (Eds.), Fisioterapia na terceira idade (pp. 325–337). Santos Livraria Editora. (Trabalho original publicado em 1995)

Meire, P. (2000). La vulnérabilité des personnes âgées [Vulnerabilidade das pessoas idosas]. Louvain Médical, 119(5), S221–S226.

Minayo, M. C. S. (2007). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde (10ª ed.). Hubitec/Abrasco.

Moliner, P., Ivan-Rey, M., & Vidal, J. (2008). Trois approches psychosociales du vieillissement. Identité, catégorisations et représentations sociales [Três abordagens psicossociais para o envelhecimento. Identidade, categorizações e representações sociais]. Psychologie & NeuroPsychiatrie du Vieillissement, 6(4), 245–257.

Moraes, E. N. (2012). Atenção à saúde do idoso: aspetos conceituais. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). https://bit.ly/2LU2lLn

Moragas, R. M. (2004). Gerontologia social: envelhecimento e qualidade de vida (2a ed.). Paulinas.

Nagi, S. (1964). A study in the evaluation of disability and rehabilitation potential: concepts, methods, and procedures. American Journal of Public Health, 54(9), 1568–1579. https://doi.org/10.2105/ajph.54.9.1568

Nettleton, S. (2013). The sociology of health and illness (3a ed.). Polity.

Nettleton, S., & Watson, J. (1998). Introduction. In S. Nettleton & J. Watson (Ed.), The body in everyday life (pp. 1–23). Routledge.

Olney, S. J., & Culham, E. G. (1998). Alterações da postura e da marcha. In B. Pickles, A. Compton, C. Cott, J. Simpson, & A. Vandervoort (Eds.), Fisioterapia na terceira idade (pp. 81–94). Editora Santos. (Trabalho original publicado em 1995)

Pérez-Brown, D., Ayuso, D. M. R., Garlito, P. A. C., Miralles, P. M., Álvarez, A. A., & Sánchez, A. I. C. (2006). Herramientas para la evaluación de las actividades de la vida diária. In P. M. Miralles & D. M. R. Ayuso (Eds.), Actividades de la vida diária (pp. 77–133). Editorial Elsevier Masson.

Pole, C., & Hillyard, S. (2016). Doing fieldwork. Sage.

Rodin, J. (1990). Control by any other name: Definitions, concepts, and processes. In J. Rodin, C. Schooler, & K. W. Schaie (Eds.), Self-directedness: Cause and effects throughout the life course (pp. 1–17). Lawrence Erlbaum Associates.

Reeves, S., Kuper, A., & Hodges, B. D. (2008). Qualitative research methodologies: Ethnography. BMJ, 337, a1020. https://doi.org/10.1136/bmj.a1020

Royer, A. (1998). Life whit chronic illness: Social and psychological dimension. Praeger.

Rothbaum, F., Weisz, J. R., & Sneyder, S. S. (1982). Changing the world and changing the self: A two-process model and perceived control. Jornal of Personality and Social Psychology, 42(1), 5–37. https://doi.org/10.1037/0022-3514.42.1.5

Sampieri, R. H., Callado, C. F., & Lucio, M. P. B. (2013). Metodologia da pesquisa (5a ed.). McGraw Hill & Penso.

Sanches, A. I. C. (2006). Actividades de la vida diária em geriatria. In P. M. Miralles & D. M. R. Ayuso (Eds.), Actividades de la vida diária (pp. 349–379). Masson.

Spradley, J. P. (1980). Participant observation. Holt, Rinehart and Winston.

Sugahara, G. T. L. (2005). O perfil do idoso brasileiro. Kairós, 8(2), 51–75. https://bit.ly/3cRpfPg

Weinberg, L. E. (1998). Aplicações da sensação de controle e da dependência adquirida. In B. Pickles, A. Compton, C. Cott, J. Simpson, & A. Vandervoort (Eds.), Fisioterapia na terceira idade (pp. 138–147). Editora Santos. (Trabalho original publicado em 1995)

Ficheiros Adicionais

Publicado

22-05-2020

Como Citar

de Noronha da Costa Bispo, N., de Souza Pinho Costa , V., Molari, M., Caroline Falossi , L., Aparecida Silva Fidelis , T., Freitas Gonçalves Leati , F., Ferreira Furini , T., Manzano Moreira Lodovici , F., Gelehrter da Costa Lopes , R., & Villas Boas Concone , M. H. . (2020). Mudanças na vida quotidiana em pessoas idosas institucionalizadas pelo impacto da doença. Revista Portuguesa De Investigação Comportamental E Social, 6(1), 64–80. https://doi.org/10.31211/rpics.2020.6.1.169

Edição

Secção

Artigo Original