Competência emocional dos profissionais de saúde num contexto de uma unidade de cuidados coronários: estudo de abordagem qualitativa com recurso a tecnologias online
DOI:
https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.1.228Palavras-chave:
Competência emocional, Investigação qualitativa, Estudo de caso, Contexto de saúde, Profissionais de saúdeResumo
Contexto e Objetivo: A complexidade associada aos cuidados de saúde exige que os profissionais mobilizem diferentes tipos de competências. Dentro destas, a competência emocional assume-se como um fator de proteção em situações de elevado stress laboral. Adicionalmente, este tipo de competência encontra-se positivamente associada a outras como a empatia, a resiliência, o suporte social, a satisfação laboral e o cuidar, que constituem elementos essenciais no desempenho profissional dos profissionais de saúde. Assim, este estudo procurou compreender a competência emocional e o seu papel na gestão de situações complexas, na adaptação ao contexto de trabalho e no cuidado à pessoa com doença coronária. Método: O estudo seguiu uma abordagem qualitativa, tendo como referencial teórico-metodológico o estudo de caso explicativo. Participaram cinco profissionais de saúde (4 enfermeiros e um médico) de uma unidade de cuidados coronários de um hospital da região norte de Portugal. Para a recolha de dados optou-se pela realização de um focus group, em fevereiro de 2021. Os resultados foram analisados tendo em consideração os pressupostos de análise de dados qualitativos propostos por Bardin. Resultados: As narrativas destes profissionais deixaram transparecer a complexidade da tarefa laboral, as emoções com que preenchem a jornada de trabalho e o seu papel em momentos cruciais de tomada de decisão. Todos os participantes referiram a necessidade de se desenvolverem iniciativas que promovam o desenvolvimento de diferentes tipos de competências. Conclusão: Este estudo possibilitou aceder a vivências dos profissionais de saúde numa época de grandes desafios devido à pandemia. As narrativas partilhadas possibilitaram a identificação de áreas de maior vulnerabilidade e fragilidade que caracterizam o contexto profissional onde estes participantes atuam.
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