Validação do Youth Quality of Life Instrument (YQOL-R) para a população portuguesa

Autores

  • Sara Mendes Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra, Portugal
  • Marina Cunha Instituto Superior Miguel Torga; Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenções Cognitivo-comportamentais, Universidade de Coimbra, Portugal http://orcid.org/0000-0002-5957-1903
  • Ana Xavier Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenções Cognitivo-comportamentais, Universidade de Coimbra, Portugal http://orcid.org/0000-0002-1703-4712
  • Margarida Couto Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra, Portugal http://orcid.org/0000-0001-8473-181X
  • Ana Galhardo Instituto Superior Miguel Torga; Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenções Cognitivo-comportamentais, Universidade de Coimbra, Portugal http://orcid.org/0000-0002-3484-6683

DOI:

https://doi.org/10.7342/ismt.rpics.2015.1.2.24

Palavras-chave:

Qualidade de vida relacionada com a saúde, Crianças, Adolescentes, YQOL-R, Estudo instrumental

Resumo

Objetivo: É incontornável o estatuto que o conceito de qualidade de vida assume hoje na prática e políticas de saúde pública. Na infância e adolescência é ainda escassa a investigação, tornando-se crucial o desenvolvimento de instrumentos de qualidade vida relacionada com a saúde validados para esta população. O presente trabalho tem como objetivo fundamental analisar as qualidades psicométricas e validar a versão portuguesa do Youth Quality of Life (YQOL-R). Métodos: A amostra é constituída por 507 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos (M = 15,74; DP = 1,62), a frequentar o 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário de escolas públicas do ensino regular. Para além do citado instrumento a validar, os jovens preencheram também, para a análise da validade convergente e divergente, o Kidscreen-27 e a Escala da Depressão, Ansiedade e Stresse (EADS-21). Resultados: O YQOL-R apresenta uma estrutura fatorial de quatro fatores, semelhantes à versão original americana (individual, relações sociais, ambiente e qualidade de vida em geral). Possui uma boa consistência interna e uma adequada estabilidade temporal. Mostrou correlações significativas e no sentido esperado com as variáveis em estudo. Foram igualmente encontradas diferenças entre sexos em relação à qualidade de vida, sendo os rapazes a reportarem em média níveis mais elevados de perceção da qualidade de vida, comparativamente às raparigas. Conclusões: Futuros estudos devem ser realizados em amostras clínicas para confirmação dos dados. Não obstante esta limitação, o presente estudo contribuiu para a disponibilização de um novo instrumento para avaliação da qualidade de vida em crianças e adolescentes, o qual evidenciou boas propriedade psicométricas, apoiando, assim empiricamente, a sua utilização nas práticas de saúde e investigação em amostras da comunidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Cohen, J. (1992). Statistical power analysis for the behavioural sciences. Hillsdale, N. J.: Lawrence Erlbaum Associates. [Google Scholar]

Costello, A. B., & Osborne, J. W. (2005). Best practices in exploratory factor analysis: Four recommendations for getting the most from your analysis. Practical Assessment, Research & Evaluation, 10(7), 1-9. [Google Scholar] [URL]

Cummins, R. A. (2000). Objective and subjective quality of life: An interactive model. Social indicators research, 52(1), 55–72. [Google Scholar] [CrossRef]

Cummins, R. A. (2005). Moving from the quality of life concept to a theory. Journal of Intellectual Disability Research, 49(10), 699–706. [Google Scholar] [CrossRef]

Cunha, M., Xavier, A., & Pinto-Gouveia, J. (2011). A versão portuguesa do Youth Quality Of Life Instrument — research version (YQOL-R) [Portuguese version of the youth quality of life instrument — research version] (Manuscrito não publicado). Coimbra, CINEICC, FPCE da Universidade de Coimbra.

Diener, E. (2000). Subjective well-being: The science of happiness and a proposal for a national index. American Psychologist, 55(1), 34–43. [Google Scholar] [CrossRef]

Edwards, T. C., Huebner, C. E., Connell, F. A., & Patrick, D. L. (2002). Adolescent quality of life, part I: Conceptual and measurement model. Journal of Adolescence, 25(3), 275-286. [Google Scholar] [CrossRef]

Ferraz, R. B., Tavares, H., & Zilberman, M. L. (2007). Felicidade: uma revisão [Happiness: A Review]. Revista de Psiquiatria Clínica, 34(5), 234-242. [Google Scholar] [CrossRef]

Fuh, J.-L., Wang, S.-J., Lu, S.-R., & Juang, K.-D. (2005). Assessing quality of life for adolescents in Taiwan. Psychiatry and Clinical Neurosciences, 59(1), 11–18. [Google Scholar] [CrossRef]

Gaspar, T., & Matos, M.G. (2008). Qualidade de vida em crianças e adolescentes —Versão portuguesa dos instrumentos KIDSCREEN-52 [Quality of life in children and adolescents. English version of the KIDSCREEN-52 instrument]. Lisboa: Aventura social e saúde. [Google Scholar]

Hambleton, R. K., Merenda, P. F., & Spielberger, C. D. (2005). Adapting educational and psychological tests for cross-cultural assessment. Mahwah, N.J.: L. Erlbaum Associates. [Google Scholar]

Harding, L. (2001). Children’s quality of life assessments: A review of generic and health related quality of life measures completed by children and adolescents. Clinical Psychology and Psychotherapy, 8(2), 79–96. [Google Scholar] [CrossRef]

Hawthorne, G., Richardson, J., & Osborne, R. (1999). The assessment of quality of life (AQoL) instrument: A psychometric measure of health-related quality of life. Quality of Life Research, 8(3), 209–224. [Google Scholar] [CrossRef]

Hill, M. M., & Hill, A. (2002). Investigação por questionário [Research by questionnaire] (2nd. ed.). Lisboa: Edições Sílabo. [Google Scholar]

International Test Commission. (2010). International Test Commission Guidelines for translating and adapting tests. [Google Scholar] [URL]

Kline, R. B. (2005). Principles and practice of structural equation modeling. New York: Guilford. [Google Scholar]

Lima, L., Guerra, M. & Lemos, M. (2009). Adaptação da escala genérica do Inventário Pediátrico de Qualidade de vida – Pediatric Quality of Life Inventory 4.0 - PedsQL, a uma população portuguesa. Revista Portuguesa de Saúde Pública, 8, 83-95. [Google Scholar]

Lovibond, P., & Lovibond, S. (1995). The structure of negative emotional states: comparison of the depression anxiety stress scales (DASS) with the Beck depression and anxiety inventories. Behaviour Research and Therapy, 33(3), 335-343. [Google Scholar] [CrossRef]

Marôco, J. (2010). Análise estatística: com utilização do SPSS [Statistical analysis with use of SPSS]. Lisboa: Edições Sílabo. [Google Scholar]

Meuleners, L. B., Lee, A. H., Binns, C. W., & Lower, A. (2003). Quality of life for adolescents: assessing measurement properties using structural equation modelling. Quality of Life Research, 12(3), 283–290. [Google Scholar] [CrossRef]

Pais-Ribeiro, J. L. (2003). Quality of life is a primary end-point in clinical settings. Clinical Nutrition, 23(1), 121-130. [Google Scholar] [CrossRef]

Pais-Ribeiro, J. L., Honrado, A., & Leal, I. (2004). Contribuição para o estudo da adaptação portuguesa das escalas de ansiedade, depressão e stresse (EADS) de 21 itens de Lovibond e Lovibond [A study of depression, anxiety and stress scale - children (EADS-C)]. Psicologia, Saúde e Doença, 5(2), 229-239. [Google Scholar]

Pallant, J. (2010). SPSS Survival Manual: A step by step guide to data analysis using SPSS. New York: McGraw-Hill Education. [Google Scholar]

Patrick, D. L., Edwards, T. C., & Topolski, T. D. (2002). Adolescent quality of life, part II: Initial validation of a new instrument. Journal of Adolescence, 25(3), 287-300. [Google Scholar] [CrossRef]

Pestana, M. H., & Gageiro, J. N. (2008). Análise de dados para ciências sociais: A complementaridade do SPSS (5nd. ed.) [Data analysis for social sciences: The complementarity of SPSS]. Lisboa: Edições Sílabo. [Google Scholar]

Ravens-Sieberer, U., Auquier, P., Erhart, M., Gosch, A., Rajmil, L., Bruil, J., Power, M., Duer, W., Cloetta, B., Czemy, L., Mazur, J., Czimbalmos, A., Tountas, Y., Hagquist, C., Kilroe, J., & The European KIDSCREEN Group. (2007). The KIDSCREEN-27 quality of life measure for children and adolescents: psychometric results of a cross-cultural survey in 13 European countries. Quality of Life Research, 16(8), 1347-1356. [Google Scholar] [CrossRef]

Ravens-Sieberer, U., Gosch, A., Abel, T., Auquier, P., Bellach, B. M., Bruil, J., Dur, W., Power, M., Rajmil, L., & European KIDSCREEN Group. (2001). Quality of life in children and adolescents: a European public health perspective. Preventivmed, 46(5), 294-302. [Google Scholar] [CrossRef]

Salum, G. A., Patrick, D. L., Isolan, L. R., Manfro, G. G., & Fleck, M. P. (2012). Youth quality of life instrument-research version (YQOL-R): Psychometric properties in a community sample. Jornal de Pediatria, 88(5), 443-448. [Google Scholar] [CrossRef]

Seidl, E., & Zannon, C. (2004). Qualidade de vida e saúde: aspetos conceituais e metodológicos [Quality of life and health: Conceptual and methodological aspects]. Cadernos de Saúde Pública, 20(2), 580-588. [Google Scholar] [CrossRef]

Wallander, J.L., Schmitt, M., & Koot, H. M. (2001). Quality of life measurement in children and adolescents: issues, instruments and applications. Journal of Clinical Psychology, 57(4), 571-585. [Google Scholar] [CrossRef]

World Health Organization. (1997). WHOQOL measuring quality of life. Geneva: WHO. [Google Scholar]

World Health Organization. (1998). WHOQOL annotated bibliography. Geneva: WHO. [Google Scholar]

Downloads

Publicado

30-09-2015

Como Citar

Mendes, S., Cunha, M., Xavier, A., Couto, M., & Galhardo, A. (2015). Validação do Youth Quality of Life Instrument (YQOL-R) para a população portuguesa. Revista Portuguesa De Investigação Comportamental E Social, 1(2), 58–68. https://doi.org/10.7342/ismt.rpics.2015.1.2.24

Edição

Secção

Artigo Original

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2 3