Validação da Versão Portuguesa da Escala de Vantagens e Desvantagens do Teletrabalho
Em finalização
DOI:
https://doi.org/10.31211/rpics.2026.12.1.451Palavras-chave:
Teletrabalho, Psicometria, Estudo de ValidaçãoResumo
Contexto e objetivo: O teletrabalho tem crescido de forma significativa, mas persistem lacunas na avaliação das suas vantagens e desvantagens. A ausência de instrumentos validados limita a compreensão dos impactos do trabalho remoto no bem-estar e na satisfação dos trabalhadores. O objetivo deste estudo foi validar a versão portuguesa da Escala de Vantagens e Desvantagens do Teletrabalho (Remote Working Benefits and Disadvantages Scale; RW-B&D).Métodos: Foram avaliados/as 133 trabalhadores/as, com idade média de 36,79 anos (DP = 10,35). A validade de conteúdo foi analisada por especialistas. A estrutura bifatorial foi testada através de análise fatorial confirmatória (AFC) e a consistência interna foi estimada através do α de Cronbach. A validade de constructo foi examinada através de correlações com medidas de satisfação, conciliação trabalho–vida e indicadores de saúde psicológica. Resultados: A RW-B&D apresentou uma excelente compreensibilidade. A AFC confirmou a adequação do modelo bifatorial (CFI = 0,97; TLI = 0,96; RMSEA = 0,06; SRMR = 0,08). A consistência interna foi elevada (Vantagens: α = 0,91; Desvantagens: α = 0,86). As perceções de desvantagens associaram-se a menor satisfação com o teletrabalho e pior conciliação trabalho–vida, e a níveis mais elevados de cansaço/exaustão, afetividade negativa, ansiedade, fadiga, tecno-cepticismo e ineficácia. As perceções de vantagens associaram-se a maior satisfação e melhor conciliação trabalho–vida, e a níveis inferiores de tecno-cepticismo e fadiga. Conclusões: A versão portuguesa da RW-B&D demonstrou propriedades psicométricas adequadas para avaliar as perceções sobre o teletrabalho.
Downloads
Referências
Allen, T., Golden, T., & Shockley, K. (2015a). How Effective Is Telecommuting? Assessing the Status of Our Scientific Findings. Psychological Science in the Public Interest, 16(2), 40–68. https://doi.org/10.1177/1529100615593273
Breaugh, J. (1985). The Measurement of Work Autonomy. Human Relations, 38(6), 551–570. https://doi.org/10.1177/001872678503800604~
Carochinho, J. A. (2018). Adaptação e validação para a língua Portuguesa de um conjunto de escalas de bem-estar. Revista Iberoamericana de Diagnóstico y Evaluación Psicologica, 46(1), 37–50. https://doi.org/10.21865/RIDEP46.1.03
Ceribeli, H., & Mignacca, T. (2019). Uma Análise da Influência da Flexibilização do Trabalho sobre a Satisfação do Trabalhador e o Comportamento de Cidadania Organizacional. GESTÃO.Org - Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, 17(1), 88–104. https://doi.org/10.21714/1679-18272019v17ed.p88-104
Chaves, C., Duarte, J., Nelas, P., Coutinho, E., Cruz, C., & Dionisio, R. (2019). O tecnostress em profissionais de saúde nos cuidados de saúde primários. Revista INFAD de Psicología - International Journal of Developmental and Educational Psychology, 1(2), 297–304. https://doi.org/10.17060/ijodaep.2019.n2.v1.1699
Cid, M. (2021). Os efeitos do teletrabalho no equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. In Instituto Universitário de Lisboa.
Espirito Santo, H., & Daniel, F. B. (2015). Calcular e apresentar tamanhos do efeito em trabalhos científicos (1): As limitações do p < 0,05 na análise de diferenças de médias de dois grupos. Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social, 1(1), 3–16. https://doi.org/10.7342/ismt.rpics.2015.1.1.14
Espirito Santo, H., & Daniel, F. (2018). Calcular e apresentar tamanhos do efeito em trabalhos científicos (3): Guia para reportar os tamanhos do efeito para análises de regressão e ANOVAs. Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social, 4(1), 43–60. https://doi.org/f92f
EUR-Lex. (2005). Teleworking. https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=LEGISSUM%3Ac10131
Faustino, D., Sousa, M., Gonçalves, M. M., Soares, I., & Tiago Oliveira, J. (2023). perceção do impacto do teletrabalho na carreira: Validação da escala do impacto do teletrabalho na carreira para a população portuguesa. Revista Iberoamericana de Diagnóstico y Evaluación Psicológica, 1(67), 5–17.
Felstead, A., Henseke, G., Gallie, D., & Green, F. (2020). The expansion and polarization of work at home: Evidence from the Labour Force Survey. Work, Employment and Society.
Gajendran, R., & Harrison, D. (2007). The Good, the Bad, and the Unknown About Telecommuting: Meta-Analysis of Psychological Mediators and Individual Consequences. Journal of Applied Psychology, 92(6), 1524–1541. https://doi.org/10.1037/0021-9010.92.6.1524
Gomes, I. (2023). Sustentabilidade, empregabilidade e teletrabalho. Universidade do Minho.
Hair, J., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Black, W. C. (2018). Multivariate data analysis (8th ed.). Cengage Learning.
Hambleton, R. K., Merenda, P. F., & Spielberger, C. D. (2004). Adapting educational and psychological tests for cross-cultural assessment. In Adapting Educational and Psychological Tests for Cross-Cultural Assessment (1st ed.). Lawrence Erlbaum Associates. https://doi.org/10.4324/9781410611758
Hu, L., & Bentler, P. (1999). Cutoff criteria for fit indexes in covariance structure analysis: Conventional criteria versus new alternatives. Structural Equation Modeling: A Multidisciplinary Journal, 6(1), 1–55. https://doi.org/dbt
Ingusci, E., Signore, F., Cortese, C. G., Molino, M., Pasca, P., & Ciavolino, E. (2023). Development and validation of the Remote Working Benefits and Disadvantages Scale. Quality & Quantity, 57(2), 1159–1183. https://doi.org/10.1007/s11135-022-01364-2
Instituto Nacional de Estatística. (2023). Destaque: Rendimento e Condições de Vida (Vol. 2014).
International Test Commission. (2017). The ITC guidelines for translating and adapting tests (2nd ed.). www.InTestCom.org. https://www.intestcom.org/files/guideline_test_adaptation_2ed.pdf
Kline, R. (2011). Principles and Practice of Structural Equation Modeling (3rd ed.). Guilford Press.
Kossek, E., & Lautsch, B. (2008). CEO of me: Creating a life that works in the flexible job age. Pearson Prentice Hall.
Lapa, T., Vieira, J., Azevedo, J., & Cardoso, G. (2018). As desigualdades digitais e a sociedade portuguesa: Divisão, continuidades e mudança.
Lynn, M. R. (1986). Determination and quantification of content validity. Nursing Research, 35(6), Artigo 382. https://journals.lww.com/nursingresearchonline/citation/1986/11000/determination_and_quantification_of_content.17.aspx
Mann, S., & Holdsworth, L. (2003). The psychological impact of teleworking: Stress, emotions and health. New Technology, Work and Employment, 18(3), 196–211. https://doi.org/10.1111/1468-005X.00121
Mateus, C. (2023, October 25). Estudo indica que dois terços dos portugueses estão descontentes com o salário e mais de metade “chumbam” modelo de trabalho. Expresso. https://expresso.pt/economia/trabalho/2023-10-25-Estudo-indica-que-dois-tercos-dos-portugueses-estao-descontentes-com-o-salario-e-mais-de-metade-chumbam-modelo-de-trabalho-1d9c2974
Mehrolia, S., Alagarsamy, S., & Balachandran, A. (2021). Work from home in the pandemic era: Loss of mental equilibrium? In Asian Journal of Psychiatry (Vol. 55, p. 102490). https://doi.org/10.1016/j.ajp.2020.102490
Melin, M., Astvik, W., & Oettel, C. (2014). New work demands in higher education: A study of the relationship between excessive workload, coping strategies and subsequent health among academic staff. Quality in Higher Education, 20(3), 290–308.
Nakrošienė, A., Bučiūnienė, I., & Goštautaitė, B. (2019). Working from home: Characteristics and outcomes of telework. International Journal of Manpower, 40(1), 87–101. https://doi.org/10.1108/IJM-07-2017-0172
Pestana, M., & Gageiro, J. (2014). Análise de dados para ciências sociais: A complementaridade do SPSS (6a). Edições Sílabo.
Pinheiro, R., & Lima, F. (2022). O que sabemos sobre os efeitos do teletrabalho? Considerações desde a Psicologia. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 22(3). https://doi.org/10.5935/rpot/2022.3.23434
Polit, D. F., & Beck, C. T. (2006). The content validity index: Are you sure you know what’s being reported? Critique and recommendations. Research in Nursing & Health, 29(5), 489–497. https://doi.org/10.1002/nur.20147
Quintal, A. (2002). O teletrabalho: O conceito e implicações. Universidade de Coimbra.
Salanova, M., Llorens, S., Cifre, E., & Nogareda, C. (2007). “El ‘tecnoestrés’: Concepto, medida e intervención psicosocial.” Nota Técnica de Prevención (730).
Silva, G. (2018). Teletrabalho: Nova configuração de trabalho flexível e possíveis efeitos à subjetividade e saúde mental dos teletrabalhadores. Revista Espaço Acadêmico, 18(209), 44–55.
Simões, A. (1993). São os homens mais agressivos que as mulheres? Revista Portuguesa de Pedagogia, 27(3), 387–404.
Sirigatti, S., Stefanile, C., & Menoni, E. (1988). Per un adattamento italiano del Maslach Burnout Inventory (MBI). Bollettino di Psicologia Applicata, 187-188, 33–39.
Streiner, D. L. (2003). Starting at the beginning: An introduction to coefficient alpha and internal consistency. Journal of Personality Assessment, 80(1), 99–103. https://doi.org/10.1207/S15327752JPA8001_18
Tremblay, D. (2002). Organização e satisfação no contexto do teletrabalho. Revista de Administração de Empresas, 42(3), 54–65. https://doi.org/10.1590/S0034-75902002000300006
Ware, J., & Gandek, B. (1998). Methods for testing data quality, scaling assumptions, and reliability: The IQOLA Project approach. Journal of Clinical Epidemiology, 51(11), 945–952. https://doi.org/10.1016/s0895-4356(98)00085-7
Watson, D., Clark, L., & Tellegen, A. (1988). Development and validation of brief measures of positive and negative affect: The PANAS scales. Journal of Personality and Social Psychology, 54(6), 1063–1070. https://doi.org/10.1037/0022-3514.54.6.1063
Zhang, S., Moeckel, R., Moreno, A., Shuai, B., & Gao, J. (2020). A work-life conflict perspective on telework. Transportation Research Part A: Policy and Practice, 141, 51–68. https://doi.org/10.1016/j.tra.2020.09.007
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Laura Lemos, Raquel Sousa , Diana Azedo, Diogo Andrade, Filipa Bento Nogueira, Diogo Carreiras , Fernando Tavares

Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
