Autocompaixão, bem-estar subjetivo e estado de saúde na idade avançada
DOI:
https://doi.org/10.31211/rpics.2018.4.1.57Palavras-chave:
Autocompaixão, saúde física, saúde mental, bem-estar subjetivo, satisfação com a vidaResumo
Introdução: O aumento da população envelhecida constitui um avanço na sociedade, mas também um grande desafio, impondo a necessidade de ações que promovam um envelhecimento bem-sucedido. Objetivos: Analisar de que forma a autocompaixão, satisfação com a vida, afetos, estado de saúde físico e mental se encontram associados na idade avançada, controlando o efeito do sexo, idade, escolaridade, local de residência e tipo de resposta social dos participantes. Explorar qual o conjunto de variáveis que melhor prediz a satisfação com a vida e o estado de saúde nos idosos. Método: 155 indivíduos, entre os 65 e 94 anos, dos distritos de Coimbra e Leiria responderam a um conjunto de instrumentos em formato de entrevista. Resultados: Idade, escolaridade e local de residência apresentam correlação significativa com a saúde física e mental, e afeto positivo. O tipo de resposta social dos idosos associou-se a quase todas as variáveis em estudo. Globalmente, os idosos que se encontram no seu domicílio apresentam maior satisfação com a vida, melhor saúde física e mental, mais traços compassivos, e mais afeto positivo, comparativamente aos que se encontram sob resposta social. Foram encontradas associações significativas entre a autocompaixão, bem-estar subjetivo e estado de saúde. A perceção da saúde física associa-se a maior satisfação com a vida e menor idade do idoso; a perceção da saúde mental associa-se ao aumento da satisfação com a vida, autocompaixão e diminuição dos afetos negativos; e a satisfação com a vida associa-se a uma superior saúde física e autocompaixão. Conclusões: Estes resultados sugerem a importância do desenvolvimento de estratégias psicológicas que permitam lidar de forma mais calorosa, tolerante e aceitante o sofrimento resultante dos momentos difíceis típicos da idade avançada, apoiando o possível benefício das terapias focadas na compaixão junto desta população específica, nomeadamente na promoção da satisfação com a vida e saúde mental.
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