Validação da versão portuguesa da Social-Emotional Expertise Scale
DOI:
https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.1.245Palavras-chave:
Análise fatorial, Avaliação, Competências Socioemocionais, Instrumentos de autorresposta, ValidaçãoResumo
Objetivo: Para fazer face à necessidade de novos instrumentos de avaliação de competências socioemocionais validados para a população portuguesa, o presente estudo teve como objetivo traduzir e validar a escala Social-Emotional Expertise (SEE). Foram analisadas a estrutura fatorial da SEE, fidedignidade, estabilidade temporal e a associação com outras variáveis teoricamente relevantes. Métodos: Duas amostras independentes de participantes (N = 466), entre os 18 e os 64 anos (27,33 ± 11,52) foram utilizadas para validar a SEE. Na Amostra 1 (n = 258) foi analisada a estrutura fatorial da SEE, as propriedades psicométricas e a sua associação com outros construtos. Na Amostra 2 (n = 208) foi testada a plausibilidade do modelo hierárquico da escala representado por uma pontuação global com dois fatores. Os participantes preencheram um protocolo de questionários de autorresposta que avaliaram as competências socioemocionais, a inteligência emocional, a felicidade subjetiva e a ansiedade de interação social. Resultados: A SEE apresentou uma estrutura bifatorial composta pelos fatores Adaptabilidade e Expressividade. A análise fatorial confirmatória do modelo hierárquico de segunda ordem indicou um ajustamento sofrível. A SEE revelou uma boa consistência interna para o total e respetivos fatores e uma adequada fidedignidade teste-reteste. As competências socioemocionais (SEE) revelaram correlações positivas com a inteligência emocional e com a felicidade subjetiva, e associações negativas com a ansiedade de interação social. Não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos, e a idade e escolaridade não se mostraram associadas às competências socioemocionais avaliadas pela SEE. Conclusões: A escala Social-Emotional Expertise mostrou ser um instrumento válido e fidedigno para avaliar as competências socioemocionais em adultos na população Portuguesa, sendo de utilidade para a investigação e práticas de intervenção no contexto educativo e clínico.
Downloads
Referências
Abed, A. L. Z. (2016). O desenvolvimento das habilidades socioemocionais como caminho para a aprendizagem e o sucesso escolar de alunos da educação básica. Construção Psicopedagógica, 24(25), 8–27. https://bit.ly/3GevFYo
Ashraf, N., Bau, N., Low, C., & McGinn, K. (2020). Negotiating a better future: How interpersonal skills facilitate intergenerational investment. The Quarterly Journal of Economics, 135(2), 1095–1151. https://doi.org/gg773d
Coelho, V. A., Marchante, M., Sousa, V., & Romão, A. M. (2016). Programas de intervenção para o desenvolvimento de competências socioemocionais: Uma revisão crítica dos enquadramentos SEL e SEAL. Análise Psicológica, 34(1), 61–72. https://doi.org/hvxg
Coelho, V., Sousa, V., & Marchante, M. (2014). Desenvolvimento e validação do questionário de avaliação de competências socioemocionais versão professores. International Journal of Developmental and Educational Psychology, 1(2), 17–22. https://bit.ly/39GyftQ
Coelho, V. A., Sousa, V., & Marchante, M. (2015). Development and validation of the Social and Emotional Competencies Evaluation Questionnaire. Journal of Educational and Developmental Psychology, 5(1), 139-147. https://doi.org/gg2hp7
Coelho, V. A., & Sousa, V. (2020). Validação do questionário de avaliação de competências socioemocionais para alunos de 1º e 2º ciclo do ensino básico. Revista INFAD de Psicología. International Journal of Developmental and Educational Psychology., 2(1), 431–440. https://doi.org/hvxh
Cronbach, L. J., & Meehl, P. E. (1955). Construct validity in psychological tests. Psychological Bulletin, 52(4), 281–302. https://bit.ly/3PMq3cj
Erkut, S. (2010). Developing multiple language versions of instruments for intercultural research. Child Development Perspectives, 4(1), 19–24. https://doi.org/bz92sg
Gondim, S. M. G., Morais, F. A. D., & Brantes, C. D. A. A. (2014). Competências socioemocionais: Fator-chave no desenvolvimento de competências para o trabalho. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 14(4), 394–406. https://bit.ly/3sNOITP
Hambleton, R. K., Merenda, P. F., & Spielberger, C. D. (2005). Adapting educational and psychological tests for cross-cultural assessment. L. Erlbaum Associates.
Heckman, J. J., Stixrud, J., & Urzua, S. (2006). The effects of cognitive and noncognitive abilities on labor market outcomes and social behavior. Journal of Labor Economics, 24(3), 411–482. https://doi.org/dwmqx4
Heckman, J., Pinto, R., & Savelyev, P. (2013). Understanding the mechanisms through which an influential early childhood program boosted adult outcomes. American Economic Review, 103(6), 2052–2086. https://doi.org/f5ktfv
Humphrey, N. (2013). Social and emotional learning: A critical appraisal. Sage Publications Ltd.
International Test Commission. (2017). International test commission guidelines for translating and adapting tests. International Test Commission. https://bit.ly/3sPxHZh
Kandler, C., & Zapko-Willmes, A. (2017). Theoretical perspectives on the interplay of nature and nurture in personality development. Em J. Specht (Ed.), Personality development across the lifespan (pp. 101–115). Academic Press. https://doi.org/ghkt4j
Kline, R. B. (2005). Principles and practice of structural equation modelling (2ª ed.). The Guildford Press.
Koo, T. K., & Li, M. Y. (2016). A guideline of selecting and reporting intraclass correlation coefficients for reliability research. Journal of Chiropractic Medicine, 15(2), 155–163. https://doi.org/b84r
Lechner, C. M., Anger, S., & Rammstedt, B. (2019). Socio-emotional skills in education and beyond: Recent evidence and future research avenues. Research Handbook on the Sociology of Education. Edward Elgar Publishing. https://doi.org/hvxj
Lemos, M. S. D., & Meneses, H. I. (2002). A avaliação da competência social: Versão portuguesa da forma para professores do SSRS. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 18, 267–274. https://doi.org/b2tm46
Lindqvist, E., & Westman, R. (2011). The labor market returns to cognitive and noncognitive ability: Evidence from the Swedish enlistment. American Economic Journal: Applied Economics, 3(1), 101–128. https://doi.org/crwbcc
Lordo, D. N., Bertolin, M., Sudikoff, E. L., Keith, C., Braddock, B., & Kaufman, D. A. (2016). Parents perceive improvements in socio-emotional functioning in adolescents with ASD following social skills treatment. Journal of Autism and Developmental Disorders, 47(1), 203–214. https://doi.org/f9p7sx
Lyubomirsky, S., & Lepper, H. S. (1999). A measure of subjective happiness: Preliminary reliability and construct validation. Social Indicators Research, 46(2), 137–155. https://doi.org/bfpfhv
Mahoney, J. L., & Weissberg, R. P. (2019). What is systemic social and emotional learning and why does it matter? The Blue Dot, 10, 16–24. https://bit.ly/3yRyxsy
Marin, A. H., Silva, C. T. D., Andrade, E. I. D., Bernardes, J., & Fava, D. C. (2017). Competência socioemocional: Conceitos e instrumentos associados. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 13(2), 92–103. https://doi.org/hvxk
Marinho-Araujo, C. M., & Almeida, L. S. (2016). Abordagem de competências, desenvolvimento humano e educação superior. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(SPE), 1–10. https://doi.org/hvxm
Mattick, R. P., & Clarke, J. C. (1998). Development and validation of measures of social phobia scrutiny fear and social interaction anxiety. Behaviour Research and Therapy, 36(4), 455–470. https://doi.org/d9ngwg
McBrien, A., Wild, M., & Bachorowski, J. A. (2018). Social-Emotional Expertise (SEE) scale: Development and initial validation. Assessment, 27(8), 1718–1730. https://doi.org/gd4jft
Mitchell, M., Favara, M., Porter, C., & Sánchez, A. (2020). Human capital development: New evidence on the production of socio-emotional skills. IZA Discussion Papers, (13804), 1–73. Institute of Labor Economics (IZA). https://doi.org/hvxn
Morgado, A. M., & Dias, M. L. V. (2016). Comportamento antissocial na adolescência: O papel de características individuais num fenómeno social. Psicologia, Saúde & Doenças, 17(1), 15–22. https://bit.ly/3G7dKTk
Nakano, T. C., Moraes, I. D. T., & Oliveira, A. W. (2019). Relação entre inteligência e competências socioemocionais em crianças e adolescentes. Revista de Psicologia (PUCP), 37(2), 407–424. https://doi.org/hvxp
Pais-Ribeiro, J. L. (2012). Validação transcultural da Escala de Felicidade Subjectiva de Lyubomirsky e Lepper. Psicologia, Saúde e Doenças, 13(2), 157–168. https://bit.ly/3sRkr6G
Pérez, N., & Filella, G. (2019). Educación emocional para el desarrollo de competências emocionales en niños y adolescentes. Praxis & Saber, 10(24), 23–44. https://doi.org/hvxq
Pestana, M. H., & Gageiro, J. N. (2014). Análise de dados para ciências sociais —A complementariedade do SPSS. (M. Robalo, Ed.) (6ª ed.). Edições Sílabo.
Pinto-Gouveia, J., & Salvador, M. D. C. (2001). The Social Interaction Anxiety Scale and the Social Phobia Scale in the Portuguese population. XXXI Annual Congress of European Association for Behavioural and Cognitive Therapies, Istanbul–Turkey.
Rodrigues, F. A., Carvalho, S. S., & Melo, A. S. A. S. (2020). Alfabetização das competências socioemocionais na educação infantil: Habilidades para a vida. Revista Multidisciplinar e de Psicologia, 14(54), 150–170. https://doi.org/hvxr
Salmela–Aro, K., & Upadyaya, K. (2020). School engagement and school burnout profiles during high school — The role of socio-emotional skills. European Journal of Developmental Psychology, 17(6), 943–964. https://doi.org/hvxs
Santos, D., & Primi, R. (2014). Desenvolvimento socioemocional e aprendizado escolar: Uma proposta de mensuração para apoiar políticas públicas. Instituto Ayrton Senna.
Schutte, N. S., Malouff, J. M., Hall, L. E., Haggerty, D. J., Cooper, J. T., Golden, C. J., & Dornheim, L. (1998). Development and validation of a measure of emotional intelligence. Personality and Individual Differences, 25(2), 167–177. https://doi.org/fmng7j
Tabachnick, B. G., & Fidell, L. S. (2007). Using multivariate statistics (5ª ed.). Allyn and Bacon.
Taylor, R. D., Oberle, E., Durlak, J. A., & Weissberg, R. P. (2017). Promoting positive youth development through school-based social and emotional learning interventions: A meta-analysis of follow-up effects. Child Development, 88(4), 1156–1171. https://doi.org/gbn2ck
Thiel, H., & Thomsen, S. L. (2013). Noncognitive skills in economics: Models, measurement, and empirical evidence. Research in Economics, 67(2), 189–214. https://doi.org/hvxv
Velicer, W. F., & Jackson, D. N. (1990). Component analysis versus common factor analysis: Some issues in selecting an appropriate procedure. Multivariate Behavioral Research, 25(1), 1–28. https://doi.org/c2bc34
Vicente, L. C. M. (2014). Validação da Escala de Inteligência Emocional de Schutte [Dissertação de Mestrado, Universidade da Beira Interior Ciências Sociais e Humanidades]. Repositório Digital da UBI. https://bit.ly/3MFJCB4
Weissberg, R. P., Durlak, J. A., Domitrovich, C. E., & Gullotta, T. P. (2015). Social and emotional learning: Past, present, and future. Em J. A. Durlak, C. E. Domitrovich, R. P. Weissberg, & T. P. Gullotta (Eds.), Handbook of social and emotional learning: Research and practice (pp. 3–19). The Guilford Press.
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Ana Beatriz Neto Dos Santos, Marina Cunha, Mariana Novo, Ilda Massano-Cardoso, Ana Galhardo (Autor)
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.